sábado, 26 de maio de 2012

O Cordão de Três Dobras


O Cordão de Três Dobras – por Valdo Hott

A Bíblia diz em Eclesiastes 4.9-12 que “melhor é serem dois do que um”, mas termina falando sobre o cordão de três dobras e revelando que é melhor serem três do que dois. Fica implícito que a conta de uma terceira dobra no cordão está mostrando que o “time” aumentou.
“Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.” (Eclesiastes 4.12)
Salomão afirma que se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. Isto mostra que um cordão dobrado oferece maior resistência. Porém, ao acrescentar-se uma terceira dobra, ele fica ainda mais resistente! Se há benefícios em ser dois, há muito mais em ser três!
Como já afirmamos, Salomão não fez esta afirmação direcionada exclusivamente ao casamento; ele fala de relacionamento de um modo geral. E, em qualquer relacionamento, a terceira dobra poderia ser mais uma pessoa. Porém, quando examinamos a revelação bíblica acerca do casamento, descobrimos que, no modelo divino, deve sempre haver a participação de uma terceira parte. E isto não fala da presença de algum filho e nem tampouco de um (abominável) triângulo amoroso! Fala da participação do Senhor no casamento.
A presença de Deus é a terceira dobra e deve ser cultivada na vida do casal. Adão e Eva não ficaram sozinhos no Éden, Deus estava diariamente com eles e, da mesma forma como idealizou com o primeiro casal, Ele quer participar do nosso casamento também!
Vemos esta questão do envolvimento de Deus na união matrimonial sob três diferentes perspectivas:
1. Deus como parte do compromisso do casal;
2. Deus como fonte de intervenção na vida do casal;
3. Deus como modelo e referência para o casal.
UMA DUPLA ALIANÇA
Como já afirmamos no primeiro capítulo, o casamento é uma aliança que os cônjuges firmam entre si e também com Deus. O Senhor, através do profeta Malaquias, referiu-se ao casamento como sendo uma aliança entre o homem e a sua mulher:
“Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança”. (Malaquias 2.14)
A esposa foi chamada por Deus como “a mulher da tua aliança”, o que deixa claro qual é o enfoque bíblico do casamento. Esta aliança matrimonial não é apenas uma aliança dos cônjuges entre si, mas do casal com Deus. O matrimônio, portanto, é uma dupla aliança. Malaquias diz que Deus se faz presente testemunhando a aliança do casal. O mesmo conceito também nos é apresentado no livro de Provérbios:
“Para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras, a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus”. (Provérbios 2.16,17)
Novamente as Escrituras condenam o abandono ao cônjuge, pois neste texto, assim como em Malaquias, a infidelidade é abordada. Nesta situação, é a mulher quem foi infiel ao amigo de sua mocidade e é chamada de alguém que se esqueceu da aliança do seu Deus. A palavra “aliança”, neste versículo de Provérbios, fala não apenas da aliança entre os cônjuges, mas da aliança deles com Deus. Fala da obediência que alguém deve prestar à Lei do Senhor e também se refere ao matrimônio como uma aliança da qual Deus quer participar.
No Antigo Testamento vemos Deus, por intermédio de Moisés, seu servo, entregando a Israel dez mandamentos que se destacavam de todos os demais. Eles foram chamados de “as palavras da aliança”: 
“E, ali, esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras”. (Êxodo 34.28)
Um destes mandamentos mostra que preservar o casamento não é apenas uma obrigação da aliança contraída entre os cônjuges; é parte da aliança firmada com o próprio Deus: “Não adulterarás” (Êx 20.14). As ordenanças do Senhor foram escritas (incluindo a ordem de não adulterar) e o livro onde foram registradas passou a ser chamado de “o livro da aliança”:
“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor… E tomou o livro da aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras.” (Êxodo 24.4a,7,8)
Portanto, o casamento é uma dupla aliança; é uma aliança dos cônjuges entre si, mas também é uma aliança de ambos com Deus. Logo, o Senhor está presente na aliança, no compromisso do casamento. Esta é uma das formas em que Deus pode ser a terceira dobra no relacionamento conjugal.
EDIFICAR COM A BÊNÇÃO DE DEUS
Outra forma como Deus pode e quer participar no casamento é podendo intervir, agir em nossas vidas e relacionamento conjugal. Não temos a capacidade de fazer este relacionamento funcionar somente por nós mesmos; aliás, temos que admitir nossa dependência de Deus para tudo, pois o Senhor Jesus Cristo mesmo declarou: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). A Palavra de Deus nos ensina que precisamos aprender a edificar com a bênção de Deus, e não apenas com nossa própria força e capacidade: 
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” (Salmo 127.1)
“Edificar a casa” é uma linguagem bíblica para a construção do lar, não do prédio em que se mora. Provérbios 14.1 declara que “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba”. Isto não quer dizer que temos uma mulher “pedreira” e outra “demolidora”, pois o texto fala do ambiente do lar e não de um edifício físico.
Há ingredientes importantes para edificação da casa (Pv 24.3), mas o essencial é cultivar diária e permanentemente a presença de Deus.
PARECIDOS COM DEUS
Uma outra maneira como Deus se torna parte em nosso casamento é como modelo e referência para nossas vidas. O Senhor é o padrão no qual devemos nos espelhar!
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” (Efésios 5.1)
O Novo Testamento revela com clareza que o plano divino para cada um de nós é conformar-mo-nos com a imagem do Senhor Jesus Cristo:
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29)
As Escrituras declaram que fomos “predestinados” (destinados de ante-mão) para sermos conformes à imagem de Jesus! Cristo é nosso referencial de conduta; o apóstolo João declara que “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1 Jo 2.6). O apóstolo Pedro afirmou que devemos seguir os Seus passos, o que significa: caminhar como Ele caminhou (1 Pe 2.21). A transformação que experimentamos na vida cristã é progressiva (a Bíbia chama “de glória em glória) e tem endereço certo: tornar-nos semelhantes a Jesus (2 Co 3.18).
O Senhor Jesus atribuiu ao “coração duro” o grande motivo da falência do matrimônio (Mt 19.8). As promessas de Deus ao Seu povo no Antigo Testamento eram de um transplante de coração (Ez 36.26); o Senhor disse que trocaria o coração de pedra (duro, da natureza humana decaída) por um coração de carne (maleável, com a natureza divina). A nova natureza deve afetar nosso casamento. Se Deus passar a ser o modelo ao qual os cônjuges buscam se conformar, certamente se aproximarão um do outro e viverão muito melhor!
Pense em dois cônjuges cristãos manifestando as nove características do fruto do Espírito (Gl 5.22,23): “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. Se manifestarmos a natureza de Deus, andaremos na plenitude do propósito divino para os relacionamentos.
Cresci ouvindo meu pai dizer (e aplicar em relação ao casamento) o seguinte: “Quando duas coisas se parecem com uma terceira, forçosamente serão iguais entre si”. Ele dizia que se o marido e a mulher vão se tornando parecidos com Deus, então eles ficam mais parecidos um com o outro. No ano de 1995, quando eu era ainda récem-casado, eu vi num curso do “Casados Para Sempre”, ministrado pelo Jessé e Sueli Oliveira (hoje presidentes nacionais do MMI – Marriage Ministries Internacional), uma ilustração interessante: um triângulo que tinha na ponta de cima palavra “Deus” e nas duas de baixo as palavras “marido” e “esposa”. Nesta ilustração eles nos mostraram que quanto mais o marido e a esposa subiam em direção a Deus, mais próximos ficavam um do outro. Nunca mais eu a Kelly esquecemos este exemplo.
Quero falar de apenas três (entre muitos) valores que encontramos na pessoa de Deus e que deveríamos reproduzir em nossas vidas. Certamente muitos casamentos podem ser salvos somente por praticar estes princípios: amar, ceder e perdoar.
Amar
Se Deus será parte de nosso casamento como modelo e referência, então temos que aprender a andar em amor, uma vez que as Escrituras nos revelam que Deus é amor (1 Jo 4.8). A revelação bíblica de que Deus é amor não foi dada apenas para que saibamos quem Deus é, mas para que nos tornemos imitadores d’Ele:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” (Efésios 5.1,2)
Há diferentes palavras usadas no original grego (língua em que foram escritos os manuscritos do Novo Testamento) para amor: “eros” (que retrata o amor de expressão física, sexual), “storge” (que fala de amor familiar), “fileo” (que aponta para o amor de irmão e/ou amigo), e “ágape” (que enfoca o amor sacrificial). Quando a Bíblia fala do amor de Deus, usa a palavra “ágape”; este é o amor que devemos manifestar! Ao escrever aos coríntios, o apóstolo Paulo ensina como é a expressão deste amor:
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Coríntios 13.4-7)
Se imitarmos a Deus e manifestarmos este tipo de amor, as coisas certamente serão bem diferentes em nosso matrimônio!
Ceder
A grande maioria das brigas e discussões gira em torno de quem está certo, de quem tem a razão. Muitas vezes, não vale à pena ter a razão; há momentos em que a melhor coisa é ceder, quer isto seja agradável, quer não! Observe o que Jesus Cristo nos ensinou a fazer:
“Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.” (Mateus 5.39-41)
Se seguirmos a Deus, como nosso modelo e referencial, e aos seus princípios, o casamento tem tudo para funcionar. O matrimônio não é um desafio por causa da pessoa com quem convivemos, e sim porque este convívio suscita nossa carnalidade e egoísmo e mostra quem nós somos! A dificuldade não está no cônjuge e sim em nossa inaptidão em ceder. Se amadurecermos nesta área, nossa vida conjugal definitivamente colherá os frutos.
Perdoar
Se imitarmos nosso modelo e referencial, que é Deus, e perdoarmos como Ele perdoa – como um ato de misericórdia e não de merecimento, incondicional e sacrificialmente – levaremos nosso relacionamento a um profundo nível de cura, restauração e intervenção divina. A instrução bíblica é muito clara em relação a isto:
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” (Efésios 4.32)
Concluindo, sem Deus (presente, intervindo e como nosso referencial) no casamento será impossível viver a plenitude do propósito divino para o matrimônio. Mesmo um casal que nunca se divorcie, viverá toda sua vida conjugal aquém do plano de Deus; por melhor que pareça sua relação matrimonial aos olhos humanos, ainda estará distante do que poderia e deveria viver.

Saltando pelos Montes – por Valdo Hott

“Vem depressa, amado meu, faze-te semelhante ao gamo ou ao filho da gazela, que saltam sobre os montes aromáticos”.  (Cantares 8.14)
Montes na Bíblia nos falam de poder e autoridade, mas também nos fazem lembrar de experiências e situações tanto negativas quanto positivas. Todos nós temos passado pelos vales e pelos montes da vida, assim como pelos desertos e jardins. Todas as experiências que passamos tem um propósito só – fazer-nos crescer e levar-nos à imagem do Filho de Deus.
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.  (Romanos 8.28,29)
Muitas vezes lembramos mais facilmente dos montes de provações do que dos de bênçãos. Sentimos como Davi quando fugia de Saul e encontrou-se cercado por montes. Não havia outra saída senão aquela por onde ele e seus homens entraram. E, agora, Saul e seu exercito estava entrando atrás deles. Havia uma rocha no meio por onde eles podiam correr e se esconder, mas faltava pouco para serem presos por Saul. Neste instante Davi pôde dizer:“Levantarei meus olhos para os montes (que me cercam), de onde me virá o socorro?” Ainda bem que ele pôde levantar os olhos mais para o alto e ver Alguém maior que as montanhas da vida e, então, disse, “o meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra!” (Salmo 121.1,2). Quantas vezes nos deparamos com montes de provas, problemas e crises!
Por outro lado há também os montes abençoados e aromáticos que deixam uma doce lembrança de momentos de livramento, suprimento, avivamento e crescimento espiritual. Às vezes descobrimos estes montes logo após um longo vale difícil! Ou, às vezes quando cercado pelas ameaças do inimigo, surge à nossa frente o monte de salvação, e podemos dizer como o profeta Miquéias:
“Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão os povos. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas; estes converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse”.  (Miquéias 4.1-4)
A Palavra de Deus nos mostra que a Igreja do Senhor deve ser como um monte alto, como Jesus disse:
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.  (Mateus 5.14-16).
MONTES NA BÍBLIA
Da mesma forma a verdadeira unidade e comunhão dos irmãos trazem a bênção da montanha alta sobre as congregações:
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre”.  (Salmo 133.1-3).
Quando dizemos que “todas as coisas cooperam para o bem…”, devemos lembrar que Deus pode transformar os montes mais íngremes e árduos em montes de bênçãos! Um vivido exemplo disso encontramos na vida de Calebe. Ele era um dos doze homens que Moises enviou para espiar a terra de Canaã. E agora depois que toda uma geração tombara no deserto devido à sua incredulidade, Calebe se apresentou a Josué, o General, e disse,
“… Tu sabes o que o Senhor falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia, a respeito de mim e de ti. Tinha eu quarenta anos quando Moisés, servo do Senhor, me enviou de Cades-Barnéia para espiar a terra; e eu lhe relatei como sentia no coração. Mas meus irmãos que subiram comigo desesperaram o povo; eu, porém, perseverei em seguir o Senhor, meu Deus. Então, Moisés, naquele dia, jurou, dizendo: Certamente, a terra em que puseste o pé será tua e de teus filhos, em herança perpetuamente, pois perseveraste em seguir o Senhor, meu Deus. Eis, agora, o Senhor me conservou em vida, como prometeu; quarenta e cinco anos há desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de oitenta e cinco anos. Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar. Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia, pois, naquele dia, ouviste que lá estavam os anaquins e grandes e fortes cidades; o Senhor, porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu”.  (Josué 14.6-12)
O monte que Calebe queria se chamava Quiriate Arba, e quer dizer “Cidade do Gigante” ou “Herói de Baal”, porque nele moravam os gigantes descendentes de Arba. Mas, quando Calebe os confrontou e os venceu, ele tomou posse do monte e mudou o nome para Hebrom que significa “União”. Deus lhe deu forças e graça para vencer e mudar o monte de dificuldade em bênção!
Outro monte que complicava a vida do povo de Deus era Jebus. Quando todos os povos antigos de Canaã haviam sido derrotados por Israel, quedava-se um reduto do inimigo bem no coração da nova nação. Era um povo obstinado que não puderam desalojar. Estes eram os jebuseus que moravam em Jebus, um monte que até hoje está na grande Jerusalém. Contudo quando Davi foi coroado rei sobre todo Israel, a primeira coisa que ele empreendeu era remover os jebuseus e conquistar o Monte de Jebus, mudando seu nome para Sião, cidade de Davi! Para conquistá-la seus homens tiveram que subir pela entrada das águas. É só assim que se vence estes redutos em nosso coração – pelo rio de Deus – o poder do Seu Espírito Santo!
Outro monte que desafiava a fé era o Monte Moriá – que significa, “Escolhido por Deus”. Deus falou com Abraão que levasse seu filho, seu único filho, Isaque e o sacrificasse sobre o Monte Moriá. Levaram três dias de jornada para chegar até lá. E, quando chegaram Abraão disse aos servos, “ficai aqui, até que eu e o menino adoremos e voltemos!” E conhecemos a história como, ao chegar no topo, Isaque disse a seu pai, “Pai, aqui está a lenha e o fogo, mas onde está o sacrifício?” Abraão respondeu, “O Senhor proverá!” E quando prestes a imolar o filho, Abraão ouviu um brado angelical do céu, dizendo que Deus havia visto a sua fé e obediência e que havia provido um substituto. Olhando para o lado viu um carneiro preso numa moita e o ofereceu no lugar de seu filho. Abrão mudou Moriá em Jeová Jiré, “No monte do Senhor se proverá!” É nos montes que parecem mais difíceis que descobrimos o suprimento do Senhor!
Outro exemplo isso temos no Monte Sinai (ou Horebe) que para o povo de Israel parecia o mais assustador e tenebroso. Enquanto acampavam ao pé do monte, ouviam trovões, viam relâmpagos e sentiram o chão a estremecer. No entanto, do meio da fumaça que cobria o monte, Deus chamou Moises e um grupo representativo dos anciãos de Israel para subir ao monte. Lá no monte, eles sentaram, comeram e viram a glória do Senhor! Os nossos montes de medo podem se transformar em doce comunhão!
Outros montes bíblicos incluiriam o Abarim, que, na verdade, era uma região montanhosa no caminho de Canaã. Era do alto de um destes picos, o Monte Pisga, que Moises vislumbrou a terra prometida. Abarim significa “passagem”, e devemos lembrar que através dos montes não apenas avistaremos a terra prometida, mas também chegaremos lá!
O Monte Ebal era o monte das maldições, mas, logo ao lado estava o monte Gerizim, o monte das bênçãos. Deus quer que vejamos toda a topografia e não apenas o lado negativo das coisas. Em grande parte do norte de Israel se podia ver num dia claro o Monte Hermom, majestoso, sempre coberto de neve. E, em qualquer lugar da nossa peregrinação terrestre por mais árida que seja a nossa experiência, podemos divisar com nosso majestoso Rei que nos traz refrigério. Assim como era visível de longe o monte Tabor, provavelmente o chamado Monte da Transfiguração. Vamos nos encher de alento. Vamos subir ao Monte do Senhor. Vamos contemplar a glória do nosso Rei!
MONTES NAS NOSSAS VIDAS
A topografia de nossas circunstancias pode prover toda uma variedade de montes até cordilheiras, tão negativos como “doenças”, “decepções”, “perdas”, “medo”, “quebra de relacionamentos”, etc. Mas, também pode haver muitos montes de bênção tais como, “cura”, “salvação”, “batismo no Espírito Santo”, “chamado de Deus”, “restauração da família”, etc. Assim como, Jesus pode andar sobre as águas agitadas, Ele também pode vir saltando sobre todos estes montes da nossa vida, os ruins e os bons. E, assim como Pedro disse, “Se és tu, chama-me para que eu vá contigo andando sobre as águas”, nós podemos dizer, “chama-me Senhor para que contigo eu salte sobre todos estes montes da minha vida”! Assim como Jesus disse a Pedro, “Vem!”, Ele nos convida, “Vem, e saltem comigo sobre os montes!”
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã”.  (Salmo 46.1-5)
Além de terremotos e maremotos, há ainda outra força maior que pode sacudir os montes – a fé! Jesus disse que, se tivermos fé, podemos dizer a este monte, “Ergue-te e lança-te no mar (onde cabe), tal sucederá…!” (Mc 11.23) Em Zacarias 4.7, diz que o monte será removido pelo Espírito do Senhor e por aclamações de “graça, graça”!
Temos muitas promessas que Deus nos capacitará a pisarmos os montes da vida: “Todo monte será nivelado…”, (Is 40.4); “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum”(Lc 10.19); “O Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém!” (Rm 16.20). Até os montes hereditários não resistem, “… as coisas velhas passaram…!” (2 Co 5.17).
Os montes virão – “… No mundo tereis aflições (montes), mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!” (João 16.33b). Sim, eles virão, mas sempre serão menor que o nosso Deus! Lembro-me de um acontecimento de muitos anos atrás. Eu estava pela primeira vez num avião, tendo a minha primeira experiência de voar. Lembro-me bem, porque foi depois que Deus me curou de uma terrível hepatite! Lá em cima com meu amigo, o piloto, rumávamos em direção a uma cidade no deserto no sul da Califórnia. Passamos por cima do Mojave e à nossa frente se levantava uma serra chamada “Chocolate Mountains” (“Montanhas de Chocolate”). Eram muito mais altas que nosso vôo, mas meu amigo simplesmente puxou uma alavanca (o avião era um “Tailorcraft” muito antigo). Logo só via apenas o céu e, depois de alguns minutos, ele voltou o avião ao horizontal e me disse, “Aqui você tem que alterar o Salmo 121 e dizer, ‘abaixarei os meus olhos para os montes…’”! Quando olhei, as montanhas já estavam abaixo de nós!
Foi sobre um monte que Jesus foi crucificado. E quando estamos unidos com Ele na sua morte e ressurreição é que surge a verdadeira fé. Deus também nos deu a cada um de nós uma alavanca. Ela se chama a fé, e é só com ela que sempre “saltamos sobre os montes!”

Dança na Igreja


Segundo tudo o que Eu te mostrar para o modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis assim mesmo O fareis (Êxodo 25.9).
1. Puras (Eclesiastes 9.8) Suas vestes devem ser alvas, ou seja, puras. A roupa de um ministro não pode ser sensual, principalmente as irmãs; cuidado com os decotes, transparências, marcas (roupas justas, além de marcarem o corpo, impedem os movimentos). Façam roupas decentes, mas não só na hora de ministrar, suas vestes devem ser puras principalmente quando você não está ministrando. As pessoas observam seu testemunho, e Deus se entristece quando você age de uma forma na igreja e de outra fora da igreja, como se Deus não estivesse vendo você em todos os momentos e isso é um erro grave nas equipes, que precisamos estar concertando.
2. Essas vestes não são suas, são de Deus e para Deus (Lev. 16.4). Podemos observar nesse texto que as vestes dos sacerdotes eram algo sagrado mesmo, usadas em momentos específicos, no caso citado acima era uma ocasião extremamente importante, o Dia da Expiação, o dia mais santo no calendário do antigo testamento. E o Dia da expiação começava com o sacerdote se banhando e se vestindo.Sabe, quando você entender que tudo o que você tem é de Deus, e você é apenas um mordomo, você não terá nenhum problema em semear, em seguir as direções que Deus vai te dar, muitas pessoas pagam por suas roupas nos ministérios, e depois se acham donas delas, eu ofertei, eu controlo! Ungem a roupa, consagram a Deus, mas percebo que em alguns é tudo da boca para fora, no momento em que o líder tem uma direção para que outro da mesma equipe use a roupa, ou até mesmo de outra equipe, a pessoa logo se manifesta dizendo: “Eu que paguei essa roupa, ninguém toca”.
Em nosso ministério, e na maioria dos ministérios das igrejas, as próprias pessoas confeccionam suas roupas, e sei que não é fácil nem barato, mas sempre, desde o começo aprendemos o principio de ofertar, de entender que essa veste acima de tudo é para adorar o Senhor! Não para que as pessoas vejam algo em nós, mas que a presença de Deus seja manifesta!
3. Deus quer te vestir com vestes de louvor. (Salmos 30.11) Deus quer vestir o nosso coração com vestes de louvor. Por mais bonitas que sejam as suas vestes, se o seu coração estiver triste, com rancor, amargura, não vai fluir; as vestes só complementam aquilo que está fluindo de dentro de você, e uma roupa bonita não vai conseguir esconder as suas iniqüidades.
E quando nós recebemos de Deus as vestes de louvor, mesmo quando estamos passando por alguma situação difícil, podemos dançar em Sua presença, pois confiamos que Deus é quem nos dá a vitória.
4. As vestes falam de nossa identidade ministerial: (Êxodo 29.5) Outro ponto importante que as pessoas sempre nos perguntam é: Como é o processo de confecção das vestes, a criação, quem desenha borda…Bem não há segredo, nem uma fórmula, o que sempre falo é que você deve abrir seu coração, peça a Deus e com certeza Ele vai te mostrar vestes maravilhosas também. 
Muitas pessoas falam comigo, que querem, mas na verdade muitas vezes sinto que as pessoas querem algo pronto, não querem pagar um preço, e preferem realmente ficar pesquisando o que as outras pessoas estão fazendo, modificam um pouco, e já ficam satisfeitas, e isso bloqueia as coisas que Deus quer liberar para você, lógico que podemos sim aproveitar uma idéia, mas sempre buscando em Deus o que Ele deseja para nós, no caso de nosso ministério, temos nos vestido das nações, sabe quando Deus nos mostrava as vestes no início, eu ficava assustada tinha hora, porque realmente era bem diferente das coisas que já tinha visto, mas como temos testemunhos que nossas vestes impactavam as pessoas, é um desafio mesmo seguir a vontade de Deus, mas quero te encorajar, a ser fiel naquilo que Deus tem falado ao seu ministério! Temos outras vestes que falam sobre santidade, pureza, justiça, fogo etc… tudo direcionado por Deus, nos menores detalhes que você imaginar, Deus tem compartilhado conosco.
5. E a questão financeira, como fica? Gostaria que em primeiro lugar você avaliasse como estão sendo as suas ofertas, você quer o melhor, então dê o seu melhor, queremos que as pessoas sejam tocadas para ofertarem em nosso ministério, mas muitas vezes nós mesmos não ofertamos, “Se você não acredita em seu ministério, e não investe nele, como você quer que os outros acreditem e invistam nele?”.
Outro ponto importante é, não oferte nada se você quer ter o controle sobre o que ofertou, bem eu ofertei ao ministério então deve ser feito da forma que eu quero,não faça isso, precisamos entender que é um privilégio ofertar na casa de Deus, não um peso, não faça por obrigação e sim por amor.
Eu me lembro de quando eu estava ministrando no congresso “Nas Alturas”, Deus me direcionou a usar uma roupa como de princesa, e eu na época não tinha roupas assim, então procurei, uma pessoa que havia conhecido pelo telefone a uma semana antes, ela ainda não me conhecia pessoalmente, mas quando eu expliquei, ela me disse que Deus testificou em seu coração, então ela e a outra líder de sua equipe me levaram para a casa dela, abriram o guarda-roupa onde estavam os seus vestidos e me disseram: “Escolha o que você quiser!” Eu fiquei assustada, porque um vestido era mais bonito do que o outro, mas o que realmente me impressionou é que elas me ofereceram o que tinham de melhor, e ainda me maquiaram, me pentearam, colocaram em minha cabeça uma tiara linda, e depois eu descobri que elas nunca haviam emprestado nenhuma veste para ninguém, e só me emprestaram porque Deus realmente testificou em seus corações. E depois disso nos tornamos grandes amigas. Tenho muito a agradecer, pois Deus as usou para me ensinar muitas coisas, ministraram sobre minha vida que Deus iria abrir as portas, e profetizaram outras coisas que realmente aconteceram, me levaram em seus ensaios, e deram para mim o que elas tinham de melhor, e eu agradeço a Deus o dia em que Ele as colocou em meu caminho. E eu vejo como Deus honra aquele ministério, como supre todas as suas necessidades. Que tal fazer isso em seu mistério, marque um dia, para que todos tragam algo para semear uns nas vidas dos outros, e você verá como Deus vai tratar com cada um deles.
Todos os recursos financeiros estão liberados para você cumprir a vontade de Deus, desde a eternidade!
Mais alguns textos sobre vestes:
Êxodo 28.3 - Vestes sagradas para glória e ornamento.
Êxodo 28.4 –  A riqueza de detalhes.
Êxodos 40.13 - Eram sagrados e separados para algo específico.
Que Deus nos abençoe 

Voz de Muitas Águas


Por Valdo Hott
“Eu vi a glória do Deus de Israel que vinha do oriente. A sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória”. – Ezequiel 43.2
O profeta Ezequiel ouviu a voz do Senhor e foi este o testemunho acerca dela: era como a voz de muitas águas! Mas esta não foi a única ocasião em que ele a ouviu desta forma. Logo no início de seu livro encontramos um relato de uma visão que o Senhor lhe dera, e nela ele comenta acerca da voz do Senhor:
“Andando eles ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, a voz de um estrondo, como o estrépito de um exército; parando eles, abaixavam suas asas”. – Ezequiel 1.24
Vale ressaltar expressões como “ruído” e “estrondo” ao se falar da voz do Senhor como a voz de muitas águas, pois neste paralelo, a verdade que se quer transmitir não está necessariamente ligada à água, mas ao BARULHO que ela faz. Além do profeta Ezequiel, também temos o profeta Jeremias dando testemunho disto:
“Fazendo ele [Deus] ouvir a sua voz, grande estrondo de águas há nos céus, e sobem os vapores desde os confins da terra. Envia os relâmpagos com a chuva, e tira o vento dos seus tesouros”. – Jeremias 51.16
Tal qual os dois profetas, o apóstolo João em seu exílio na ilha de Patmos também teve uma profunda experiência com Deus, na qual viu o Senhor ressuscitado e ouviu a sua voz; e seu relato é idêntico aos que já vimos, mostrando ser esta uma característica pertencente à voz de Deus:
“Os seus pés eram semelhantes a latão reluzente, como que refinado numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas” – Apocalipse 1.15
Temos três testemunhos: o de Ezequiel, o de Jeremias e o de João. E a Bíblia diz que pela boca de duas ou três testemunhas se estabelece toda questão (2Co. 13.1). Portanto, isto não é apenas um exemplo ou alegoria, é uma doutrina. Não é um mero detalhe em meio a uma descrição, e sim uma ênfase das Escrituras. A voz do Senhor é como a voz de muitas águas! 
Deus quer que entendamos e vivamos esta verdade. Sua voz em nossas vidas deve ser como a voz de muitas águas.
O SIGNIFICADO 
Se a expressão “voz como de muitas águas” não é apenas uma menção ou detalhe, mas uma ênfase e doutrina escriturística, então é de suma importância que compreendamos o significado da terminologia bíblica. O que é ter voz como de muitas águas? Não é a quantidade de água em si que oferece o exemplo utilizado nas Escrituras, mas vimos que a expressão aparece ligada a outros termos como “ruído” e “estrondo”; o exemplo, na verdade, está ligado ao BARULHO das águas. Alguém pode estar no meio do oceano, olhar à sua volta e ver muitas águas, mas ainda sim estar tudo em silêncio; não é da quantidade de água em si que a Bíblia fala, mas sim de seu ruído. Embora no caso de uma queda d’água, quanto maior for o volume de água maior será também o ruído…
Eu creio que o paralelo que Deus oferece é este, o de quedas d’água, cachoeiras, cataratas, ou qualquer outro nome que aponte para o ruído de águas, como as ondas bravias do mar, por exemplo. Até mesmo as chuvas (tempestades) são apresentadas assim neste exemplo bíblico, pois a idéia é esta: ressaltar a intensidade da voz divina.
Quando nos aproximamos de quedas de águas, por exemplo, as Cataratas do Iguaçu, podemos observar que quanto maior o volume de água, maior será o ruído que ouviremos. Estive lá algumas vezes, inclusive na minha lua-de-mel, quando Deus falava destas verdades comigo, e é um espetáculo e tanto! Mas lá em Foz do Iguaçu, podemos ouvir o ruído das águas sem que ele impeça nossa conversa, pois é possível ouvirmos uns aos outros visto que os visitantes não têm como se aproximar tanto das cataratas.
Podemos até molhar a roupa do corpo devido à umidade do ar, mas mesmo nos pontos turísticos mais próximos das cataratas ainda não se chega perto o suficiente para que nossa voz seja encoberta. Contudo, se formos a uma cachoeira de menor volume de água e de queda também menor, mas colocarmo-nos debaixo dela ou mesmo bem próximo às pedras onde ela cai, poderemos experimentar o barulho dela encobrindo nossa voz e impedindo até mesmo conversas, pois o provável é que ninguém ouvirá ninguém.
O ruído de muitas águas é, em outras palavras, um ruído que encobre os outros ruídos. Assim também é a voz do Senhor: UMA VOZ QUE ENCOBRE AS OUTRAS VOZES! E aqui deparamo-nos com um princípio poderoso: Deus quer que sua voz chegue com tamanha intensidade em nossas vidas que cheguemos a ponto de não ouvir mais nenhuma outra voz. Ele quer que sua Palavra PREVALEÇA sobre toda e qualquer voz neste mundo, a ponto de se poder dizer de nossas vidas o que se disse em Éfeso: “Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia.” (At. 19.20.)
O que aconteceu nesta cidade da Ásia pode (e deve) acontecer conosco! Afinal não foi na cidade em si que a Palavra cresceu, mas na vida dos habitantes dela; e se ocorreu a eles pode nos ocorrer também. Quando a Bíblia fala sobre o crescimento da Palavra, fala de como ela cresce na vida das pessoas. À medida que damos espaço à Palavra do Senhor, inclinando nosso coração a ela, experimentamos uma INTENSIDADE MAIOR de sua operação em nossas vidas.
Mas note que a Palavra não apenas crescia, mas PREVALECIA. E prevalecia sobre o quê? Sobre outras vozes e ruídos. Isto é que é experimentar a voz do Senhor como voz de muitas águas. É ouvi-la tão intensa e fortemente que não ouvimos mais nenhuma outra voz!
Por outro lado, há pessoas que experimentam justamente o contrário: outras vozes é que vivem encobrindo a voz do Senhor em suas vidas.
Creio que há um fator determinante que diferencia um grupo do outro. A palavra de Deus não iria prevalecer na vida de um e de outro não sem um motivo. O que determina esta diferença?
A DISTÂNCIA INFLUENCIA
Citei como exemplo de ruído de águas, as Cataratas do Iguaçu, onde podemos perceber o barulho das águas sem deixarmos de conversar uma vez que, pela distância, o ruído não chega a atrapalhar-nos. E ao comentar sobre uma catarata barulhenta (mas não o suficiente para encobrir todos os outros ruídos), o fiz com o propósito de chamar-lhe a atenção para uma outra verdade: a distância que permanecemos da água influencia muito!
Ao entrar no Parque Nacional do Iguaçu, ainda na estrada para as quedas não podemos ouvir o ruído da água, mas assim que nos aproximamos delas no último quilômetro já começamos ouvi-las. Mas mesmo quando estamos no ponto de observação mais próximo, ainda podemos conversar. Porém, se houvesse um meio (seguro!) de nos aproximarmos tanto de uma das quedas, a ponto de quase nos colocarmos debaixo dela, então seria impossível conversar ou ouvir outro som, pois o barulho da água PREVALECERIA sobre todos os outros.
Assim também se dá com a voz de Deus. Se nos aproximarmos de sua Palavra, ela encobre as outras vozes. Mas se nos distanciarmos, podemos chegar a um ponto onde os outros ruídos acabam sendo mais altos que a Palavra de Deus em nossas vidas.
O propósito divino é que estejamos tão próximos da Palavra que ela prevaleça sobre toda e qualquer voz, abafando-a por completo.
Não estou falando do quanto você conhece ou lê a Bíblia, mas do quanto você está (ou não) perto! A quantidade de água não afeta tanto como a PROXIMIDADE dela… Mencionei que em Foz do Iguaçu é possível conversar sem que o ruído da água abafe completamente nossa voz; mas há alguns anos conheci uma pequena cachoeir
a que conseguiu esta façanha! Veja bem, não há como compará-la com as Quedas do Iguaçu, cuja altura e volume de água são incalculavelmente superiores, porém, esta pequena cachoeira localizada no município de Candói, no Paraná, conseguiu abafar minha voz!
Havíamos realizado um acampamento com os jovens da igreja, e descobrimos nas proximidades do local do acampamento a tal cachoeira. Devido ao bom tempo que desfrutávamos naquele dia e a consciência de que por causa das chuvas abundantes que caíra nos dias anteriores haveria um lindo espetáculo, dirigimo-nos com um grupo de jovens para lá. Ao chegarmos, a maioria de nós não resistiu ao calor e decidiu se colocar debaixo do véu de água… e foi curioso descobrir que embora não parecesse uma cachoeira tão forte, mal conseguíamos ouvir uns aos outros enquanto debaixo daquela queda d’água.
A lição que aprendi com este exemplo! O que faz a diferença não é o tanto de água que cai, mas se eu estou ou não próximo a ela! Em Foz do Iguaçu o volume de água era muito maior do que este em Santa Clara, no Candói. Mas o fato de eu ter me aproximado mais da menor cachoeira, pôde me levar a atribuir a ela um ruído maior do que o aquele que trago na memória referente às belas Cataratas do Iguaçu.
Semelhantemente, há crentes que conhecem a Bíblia já há muitos anos, e o tanto que a leram e estudaram é semelhante ao volume de águas do Iguaçu, é muita coisa! Mas não vivem próximos da Palavra, e ela não é suficiente para abafar as outras vozes em suas vidas!
Por outro lado, temos irmãos que pelo pouco tempo que servem ao Senhor, suas águas (conhecimento da Palavra) são de um volume tão menor que as do Iguaçu que só podem ser comparadas com esta pequena cachoeira da qual me referi. Só que como vivem tão próximos da luz, que possuem da Palavra, ela é suficiente para PREVALECER em suas vidas e abafar as outras vozes.
Portanto, não é o estar em Foz do Iguaçu ou no Candói que determina a diferença, mas a que distância cada um se encontra das suas águas! Se o mais novo na fé e o de menor conhecimento entram debaixo da sua cachoeira, e o mais velho na fé e o de maior conhecimento permanecem longe de sua catarata, em quem a Voz de Deus está chegando mais alto? É óbvio que nos que estão próximos daquilo que já possuem. É naquele que se aproxima mais, e não no que conhece mais.
A voz do Senhor será como voz de muitas águas, encobrindo as outras vozes e ruídos, somente quando nos colocarmos próximos a ela.
O QUE É ESTAR PRÓXIMO
O que é, então, estar próximo? É não apenas ler e conhecer as Escrituras, mas permitir que o Espírito Santo trabalhe em nós com a Palavra. Por exemplo, eu posso ser um profundo conhecedor (e até ensinador) da fé bíblica; dizer às pessoas: as Escrituras dizem isto, isto e aquilo… mas na minha vida cristã, na hora em que eu precisar exercitar minha própria fé, ser vencido pela voz da dúvida. Já um cristão novo convertido, que não tenha nenhuma bagagem tão profunda de Bíblia e nem saiba explicar a fé, pode ler uma porção da Palavra, uma promessa, e permitir que o Espírito Santo trabalhe em seu íntimo revelando a Palavra, o que fará com que ela se torne “voz como de muitas águas” em sua vida. Terá então provado o poder da Palavra do Senhor abafando a voz da incredulidade e dando-lhe vitória no combate da fé.
Não estou dizendo que não há valor em estudar e conhecer as Escrituras; você deve dedicar-se a isto o MÁXIMO que puder (2Tm. 2.5). Quem dera que cada crente lutasse contra a ignorância em busca de mais e mais da Palavra de Deus. Seria uma verdadeira revolução! Mas o que quero dizer é que apenas isto não basta e nem tampouco determina o sucesso de nossa vida cristã. Precisamos conhecer E NOS MANTER PRÓXIMOS da Palavra; não podemos nos distanciar.
Distanciar-se não é deixar de saber, mas sim deixar de ser sensível, viver e experimentar aquilo que conhecemos. Trata-se de perder a consciência espiritual daquela verdade e, conseqüentemente, impedir que o Espírito Santo prossiga trabalhando naquela área de nossas vidas.
Nestes dias o Pai Celeste está nos convocando para que nos aproximemos novamente das águas e permitamos que elas abafem as outras vozes e ruídos em nossas vidas.
DIFERENTES TIPOS DE VOZES
Ao escrever aos coríntios, Paulo mostrou nos capítulos 12 e 14 de sua primeira epístola, que Deus é um Deus que fala. Diz que já não mais servimos aos ídolos mudos (1Co. 12.2), mas ao Deus vivo que fala com cada um de nós; e então cita os dons do Espírito como um dos diferentes meios pelos quais Deus fala. Mas ao mostrar que podemos ouvir a voz do Senhor, ele também deixou claro que podemos ouvir outros tipos de vozes:
“Há, por exemplo, muitas espécies de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significado”. – 1Coríntios 14.10
Lemos que não somente há línguas diferentes, mas VOZES diferentes. Ouvimos muitas espécies de vozes em nossa vida espiritual; o diabo, o mundo e a carne, nossos cruéis inimigos, tentarão de todas as formas abafar a voz de Deus em nós para que lhes demos ouvidos. Mas, por outro lado, se deixarmos a Palavra de Deus se manifestar com “voz como de muitas águas”, então as demais vozes é que serão encobertas e a Palavra do Senhor prevalecerá.
Há muitos tipos de vozes no mundo. Às vezes sentimo-nos pressionados a dar ouvidos a uma voz que não se harmoniza com a de Deus. Reconhecemos que a voz do Senhor diz o oposto, sabemos que estamos errando, mas ainda assim, ficamos de tal maneira presos que acabamos por seguir na direção errada. E depois nos frustramos, condenamos e lamentamos.
Questionamos: Por que não ouvimos a Palavra de Deus? Como é possível saber o que o Senhor diz, e ainda fazer o contrário?
A razão é que estamos distantes da Palavra de Deus naquela área; esta é a única e grande verdade do porquê isto ocorre! Se nos aproximarmos do que Deus diz, recebendo a vida e a revelação do Espírito Santo naquela área, então as outras vozes serão encobertas. Se nos afastarmos da Palavra (e não me refiro ao Livro em si, mas à Palavra VIVA), então as demais vozes é que se sobressairão. Que voz tem prevalecido em tua vida?
Sugerimos abaixo algumas destas muitas espécies de vozes que costumamos ouvir. Para cada uma delas o princípio de vitória é o mesmo: VOLTAR À PALAVRA. Não apenas ler, mas meditar e deixar que o Espírito da Verdade opere no íntimo, avivando a consciência espiritual…
A voz da tentação 
A voz da maioria 
A voz da dúvida 
A voz da ganância 
A voz dos mexericos 
A voz do desânimo 
A voz do preconceito 
A voz do medo 
A voz do comodismo
Que Deus o abençoe, e que sua voz fale mais alto em sua vida!

O Maior Inimigo: vencendo a crise de credibilidade


Sabemos que um dos papéis mais importantes da Paternidade é dar identidade ao filho, por isso, Deus Pai tem liberado palavras que estão restaurando direção e identidade em nossas vidas. Considero essa mensagem como uma dessas palavras pelo fato de tratar de uma das crises mais comuns em nossa caminhada. Porém, o fato de ser comum, não significa que deve ser aceita como algo normal, por isso vemos que a partir do capítulo três de Êxodo, Deus estabelece uma direção clara, uma verdade para Moisés, confirmando: “Eles ouvirão a sua voz”. Mas na continuidade vemos que Moisés não tinha essa mesma certeza, respondendo: “Eis que não crerão, nem acudirão à minha voz”.(Êxodo. 4.1). Moisés passava pelo que chamamos de “Crise de Credibilidade”. E ao contrário do que pensamos na maioria das vezes, cremos que o principal fator causador dessa crise estava dentro dele. Moisés tinha um histórico e frustrações passadas, e isso lhe trazia insegurança, impedindo-o de assumir uma responsabilidade presente.
Quando pensamos em “crises”, precisamos entender que entramos em crise quando as coisas saem de controle, e justamente esse era o perfil de Moisés, um homem que acreditava em uma promessa libertadora, mas todas as vezes que fez uso do controle, perdeu o controle da situação. Por esse motivo, a crise na maioria das vezes vem seguida de fuga, por isso, do palácio foi encontrado por Deus no deserto solitário, depois de mais ou menos 40 anos, um tempo que significa “preparação”. A grande lição é que Moisés não estava tão preparado quanto achava. Devemos atentar para isso, pois ao vermos Moisés em crise dizendo “eles não me ouvirão”, temos a impressão que ele é uma humilde vítima dentro dessa situação de reprovação popular, porém, esse discurso de humildade, tinha raízes de orgulho. Essa crise de credibilidade era fruto da quebra de um conceito elevado demais sobre ele mesmo e ela na verdade começou a acontecer quando Moisés se deparou com uma situação em que achou ter mais crédito do que realmente tinha, passando a resolver do seu jeito.
Segundo Êxodo 2.11, Moisés já era considerado um homem, segundo Atos 2.22-23, era educado em toda ciência do Egito, poderoso em palavras e obras, e tinha a idade de 40 anos, que conforme o livro de Hebreus (11.24), representa o fato de já ser um homem feito, considerado socialmente maduro. O que isso significa? Moisés sentia um desejo íntimo de fazer algo por seu povo, talvez entendesse o propósito específico para sua vida, mas teria entendido o tempo e o modo de Deus para esse propósito? Eclesiastes diz que para todo propósito existe um tempo e modo, mas somente o coração sábio conhece o tempo e o modo. A verdade é que muitos têm entendido propósitos, mas têm se perdido no tempo e no jeito de fazer a obra de Deus. Moisés pode ter pensado que aquele era o momento, que já havia alcançado a maioridade, e talvez se sentisse “pronto”, mas as conseqüências de sua ação mostram que não estava “pronto”. Preste atenção! O fato de se sentir um homem pronto não significa que esteja maduro para o que Deus quer que realize. A crise de credibilidade existe, justamente quando primeiro tentamos fazer algo com nossas próprias forças, vendo que os resultados dessas realizações são frustrantes, tememos a possibilidade de fazer algo parecido de novo.
Aos 40 anos, considerado pelos homens, preparado, teve que ir para as regiões do deserto de Midiã, onde ficou de 39 a 40 anos, representado um tempo que seria ensinado e preparado por Deus para fazer algo não mais na sua própria capacidade, mas agora em Deus. O Número 40 representa um tempo de preparação, durante os primeiros 40 anos foi preparado segundo os padrões do Egito, porém, essa formação não foi capaz de torná-lo o libertador de Israel, pelo contrário, o fez cair em descrédito aos olhos de todos, por isso, passou agora por mais 40 anos, afim de ter algumas aulas importantes que certamente não teria no Egito, por isso, cremos que apesar de parecer estar fora, por conseqüência de um erro pessoal, Deus continuava no controle e seu propósito continuava de pé com relação a ele. Deus sempre transforma o mal em bem, sempre está investindo em nosso crescimento, por isso, não podemos mais tratar conseqüências de nossas frustrações – que representam expectativas pessoais não correspondidas – antes de tratarmos as verdadeiras causas de toda crise. Portanto, se Moisés achava não ter crédito, confiabilidade e prestígio, ele tinha bons motivos pessoais para isso. Você pode ser a pessoa certa, estar no lugar certo, no entanto, fazer a coisa errada na hora errada e isso sempre trará conseqüências, crise de credibilidade diante do chamado do Deus.
Precisamos entender com isso que no Reino de Deus não se presume, não se move sem direção e confirmação. Mas e se assim como Moisés, já nos movemos, pensando que estávamos prontos e nos frustramos? E se já deixamos um lugar de respeitabilidade e nos encontramos numa realidade solitária e deserta? E se como Moisés tememos a possibilidade de sermos chamados por Deus para fazermos algo parecido de novo? O que fazer se nossas frustrações afetaram nossa confiança? O que fazer com relação a desconfiança das pessoas com relação ao fantasma dos nossos erros passados? Entenda que Deus não nos descarta por causa dos nossos erros, mas como Pai, Ele nos ensina e nos prepara para fazermos do jeito certo, por isso, vemos nesse texto a forma profética como o próprio Deus resolve essa crise de credibilidade de Moises, tratando diretamente de três fontes de descrédito, culpa e medo. Ele aponta três inimigos da igreja, porém, dos quais descobriremos nosso “maior inimigo”. Entenda que toda crise da credibilidade será vencida quando vencermos as forças que se opõem ao que temos para realizar em Deus.
O primeiro InimigoA primeira fonte de descrédito, representada nesse primeiro inimigo que Moisés deveria vencer era a serpente. O texto de Êxodo 4.2 diz: “Então o Senhor lhe perguntou: Que é isso em sua mão? Uma vara, respondeu ele. Disse o Senhor: Jogue-a ao chão”. Moisés jogou-a, e ela se transformou numa serpente. Moisés fugiu dela, mas o Senhor lhe disse: “Estenda a mão e pegue-a pela cauda”. Moisés estendeu a mão, pegou a serpente e esta se transformou numa vara em sua mão. E disse o Senhor: “Isso é para que eles acreditem que o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, apareceu a você”. Esse ato profético é sombra da autoridade que temos em Cristo Jesus hoje sobre o diabo! Preste atenção! Ao contrário do que temos pensado, nosso primeiro inimigo, não é necessariamente nosso maior inimigo. Não por algum mérito ou poder nosso, mas por aquilo que Cristo fez por nós. Por isso, 1 João 3.8 diz que Jesus veio para “destruir as obras do diabo”, e que sua vitória sobre o inferno é nossa vitória, por isso, 1 Coríntios 15.54-57 diz que a “morte foi tragada pela vitória”. Deus nos dá a vitória sobre a serpente através de Jesus Cristo!
E isso não é tudo! Em Romanos 16.19 Paulo fala de uma igreja que vive em obediência, devendo ser sábia para o bem e simples, ou seja, “akeraios” que significa algo “não misturado” para o mal. A partir dessa realidade de obediência e pureza, o Deus de Paz, em breve, ou seja, “tachos” que quer dizer com velocidade, esmagará satanás debaixo de nossos pés. Se quisermos esmagar Satanás sob nossos pés, precisamos entender que esta metáfora “sob nossos pés” é usada com um propósito específico. Significa que o poder de Satanás será quebrado através do nosso “andar”, ou seja, através de avançarmos espiritualmente em obediência e pureza, numa fé não misturada. Não se trata de um ato histérico de most
rar a satanás o número do solado de nossos calçados, mas se trata de uma realidade responsável, ou seja, pela maneira que eu vivo posso neutralizar todas as intenções do inferno e subjuga-lo em minha vida, se estou em obediência, vivo a realidade de cobertura do Reino.
Lucas 10.17, fala que os setenta discípulos que voltaram entusiasmados pelo fato dos espíritos malignos lhes submeterem pelo nome de Jesus, que responde imediatamente: ”Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago”. A impressão que tenho é que Jesus está dizendo, eu o conheço, sei quem ele é, seu poder e seu valor, e vocês precisam entender algo sobre isso: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus”. Jesus está ordenando valores na construção do ministério deles. Nós temos autoridade sobre a “serpente”, mas isso não é o mais importante, o mais importante é atentarmos para nosso nome no livro da vida. Satanás não deve ser o foco do nosso ministério. Temos uma posição em Cristo, e se de fato estamos Nele, nessa posição satanás está bem abaixo de nós.
Afinal quem deve fugir de quem? Tiago 4.7 diz: “Sujeitai-vos, portanto a Deus, mas resisti ao Diabo e ele fugirá de vós”, entenda isso, quando nos posicionamos com relação ao diabo ele se posiciona com relação a nós como igreja. A nossa firmeza resultará em sua fuga! Devemos nos posicionar com firmeza e resistência a suas ciladas e armadilhas, por isso, Efésios 6.10 diz que devemos nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder, vestidos com sua armadura para estarmos firmes contra as ciladas do diabo. Não se trata de um recurso pessoal, mas de uma capacitação Dele. Paulo em 2 Timóteo 2.26 ainda fala da importância de voltarmos à sensatez, ou seja, à sobriedade, para nos livrar-nos dos laços do diabo. Para que? O texto diz: “Tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade”. 
Sobriedade que significa a moderação nas paixões e caprichos, um caráter sério provado num comportamento equilibrado, é retratada muito bem em 1 Pedro 5.8 que diz: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. Condicionando essa sobriedade e vigilância contra o diabo, primeiramente a um posicionamento com relação a Deus, ou seja, primeiro se humilhe diante de Deus. Como? Submetendo-se a sua Poderosa Mão. Para que? Para que Nele sejamos exaltados, para que em nós Ele seja exaltado. Dentro dessa realidade de submissão total a Deus, não vivemos mais ansiosos, ou seja, de mente dividida, cheios de incertezas. Isso é sobriedade, e a partir do momento que deixo de reconhecer a poderosa mão de Deus e que não me submeto a Ele, vivendo ansioso com relação as preocupações da vida, perco o equilíbrio com relação as minhas paixões, deixo uma realidade de governo de Deus e me torno vulnerável.
Outro fator importante a observarmos é como nosso adversário se comporta com relação esse nosso comportamento, o texto de 1 Pedro 5.8 diz que ele fica ao nosso derredor, no original, “peripateo”, que significa “aquele que faz bom uso das oportunidades”, rugindo como um leão procurando a quem possa devorar. Preste atenção nesse detalhe, pois o diabo só tem autoridade para matar, roubar ou destruir quando tem oportunidade, ele nada mais é do que um oportunista. Assim como o leão se alimenta de carne, o diabo se alimenta do pecado, por isso, Efésios 4.27 ao tratar o despojar-se do velho homem carnal, diz “Não deis lugar ao Diabo!”. Ao nos posicionamos com firmeza com relação a Deus, o diabo fugirá de nós, se vivemos em sujeição e obediência a Deus, temos sua cobertura, quando nos posicionamos com firmeza diante de Deus consequentemente estamos posicionados diante do diabo, ele entenderá nossa posição e fugirá de nós.
Jesus quando levado pelo Espírito para ser tentado mostra que quando nos posicionamos com firmeza com relação a Deus, automaticamente nos posicionamos com relação ao diabo que fugirá de nós (Mateus 4.10). O apóstolo João diz em 1 João 2.14 “…Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o maligno…”, uma palavra que aponta para uma realidade e não para uma condição futura. Se somos fortalecidos na força do Seu poder e permanecemos na verdade de sua palavra, vencemos o maligno, ou seja, a minha posição determina minha realidade e o governo que está sobre a minha vida. Se não há oportunidade, nossa maneira de viver subjugará satanás. Preste atenção! Em nenhum momento a palavra fala de fugirmos da serpente, fala de posicionamento diante de Deus e resistência.
O segundo inimigoUm segundo inimigo de Moisés, que aponta para um inimigo da igreja é o mundo, texto de Êxodo diz: “E se ainda assim não acreditarem nestes dois sinais nem lhe derem ouvidos, tire um pouco de água do Nilo e derrame-a em terra seca. Quando você derramar essa água em terra seca ela se transformará em sangue”. Esse derramar da água sobre a terra seca, pode ter a representatividade da vitória da igreja sobre o segundo inimigo, ou seja, o mundo representado no sistema de valores e comportamento corrompido e profano que tem como objetivo nos desviar do propósito e da vontade de Deus para ser executada hoje através de nós. O apóstolo João diz em 1 João 5.19 “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no maligno”, Ele mesmo diz que esse sistema é fundamentado no desejo da carne, no desejo dos olhos e na soberba da vida! “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”. Os valores que governam esse sistema e ordem mundial não procedem de Deus, mas das próprias paixões do homem, fazendo com que esse mundo seja lançado ao maligno, diretamente influenciado por uma realidade imperialista de trevas e obscuridade.
Precisamos entender que não se trata do mundo “pessoas”, por isso, Efésios 6.12 diz que a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, confirmando esse império, em João 14.30 Jesus fala respeito do príncipe deste mundo, e diz: “Ele nada tem de mim”. Esses valores satânicos que regem esse sistema e ordem mundial, não procedem do Pai, esse sistema é falho, é temporal, ele passa juntamente com todos seus desejos. Agora, ao contrário desse sistema fundamentado no engano gerado pelo deus desse século (2 Coríntios 4.4), há um sistema, uma ordem espiritual, um Reino e governo, cujo os fundamentados são verdade e justiça, uma realidade superior, eterna, ou seja, em Cristo somos nascidos de uma realidade espiritual e não mais natural (Gálatas 4.24).
Preste atenção! Jesus esteve no mundo, mas o mundo não o conheceu, porque amou mais as trevas do que a Luz (João 1.10), Ele foi odiado, porque testemunhou contra suas más obras (João 7.7). Testemunhou no “Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (João 14:17). O que isso significa? Devemos fugir do mundo? Seguindo o exemplo de Cristo não podemos mais nos esconder ou fugir das pessoas que vivem dentro desse sistema, mas denunciá-lo, uma vez que Jesus foi odiado, por denunciar suas más obras. Cristo venceu esse sistema e
nos diz: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Devemos encontrar paz Nele, pois assim como Ele, nesse mundo sofreremos muita pressão, mas precisamos ter coragem, pois assim como Ele venceu e superou, Nele também podemos vencer. Dessa forma, a vitória dele sobre o primeiro e segundo inimigo é a nossa vitória. Lembrando que nosso inimigo é o mundo sistema, não pessoas! Por isso, Jesus em João 17.15 não intercede em nosso favor, para sermos retirados do mundo, mas para que fossemos livres do mal que há nele.
Mais uma vez, nossa vitória depende de um posicionamento. Não devemos amar este mundo, porque não é o mundo que Deus criou, esse mundo está corrompido pelo pecado. Temos que amá-lo como Deus criou, por isso devemos como igreja profética e sacerdócio real, restaurá-lo! Tiago 4.4 diz: “Infiéis, (adúlteros e desleais para com Deus) não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Esse texto fala de associação amigável, ou seja, a amizade a um, representará a inimizade a outro. Isso quer dizer que não há meio termo. Ou temos o espírito que se move no mundo, ou o Espírito que se move em Deus. 1 Coríntios 2:12 diz: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado imerecidamente” Ou somos guiados pela voz do Espírito Santo de Deus, que nos revela as proezas de Deus ou somos confundidos pelas vozes do mundo. 1 Coríntios 14:10 diz: “Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles, contudo, sem sentido”.
Efésios 2.1-3 diz: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”. Aqueles que estão em Cristo não andam mais segundo o “curso deste mundo”. O que isso significa? Uma realidade espiritual infernal que atua sobre os filhos da desobediência, observe que se trata de outro governo, uma vez que a “obediência” é o princípio que ativa uma realidade de governo sobre nossas vidas. A partir do momento que o Reino de Deus é ativado pela obediência em minha vida, passo a estar assentado com Cristo em regiões celestiais, e isso quer dizer que da mesma forma que Jesus esteve no mundo – mas não era do mundo – estamos no mundo, mas não somos mais fruto de uma semente terrena, mas celestial, e trazemos em nós a imagem do que é celestial. (1 Coríntios 15.45). Essa verdade precisa deixar de ser simplesmente uma doutrina, para ser uma realidade. Não podemos mais viver segundo o curso deste mundo. Não podemos mais se deixar levar pelas filosofias e sutilezas que regem de maneira distorcida esse sistema (Colossenses 2.8).
Gálatas 1:4 diz que Cristo se entregou pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, portanto, devemos fazer valer a Cruz de Cristo nesse sentido em nossas vidas! E Tiago 1:27 completa dizendo que a religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo. O que temos que fazer então? Tomar posição! 1 João 4:4 “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo”. O espírito que está sobre o mundo, portanto, é o espírito do falso profeta, o espírito do anticristo (1 João 4.3), mas se nos posicionarmos em sujeição a Deus, não precisaremos fugir do mundo, mas sim permanecer no mundo como astros de luz. (Filipenses 2.15 “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo”). Não temos que fugir dele, mas resplandecer nele. A igreja que é luz, denuncia! Porque os “filhos da luz” denunciam as más obras dos filhos da desobediência. Como? Obedecendo! 
Não podemos mais viver na obscuridade, na omissão e cumplicidade às obras infrutíferas das trevas, temos autoridade para denunciá-las com a manifestação da justiça, verdade, bondade e valores do Reino de Deus em nossas vidas. Entenda que a luz não tem voz, mas quando se manifesta denuncia tudo que está encoberto (Efésios 5.11 “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.). Por isso, precisamos nos posicionar agora com relação isso, pois todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. (1 João 5:4) Lembre-se que maior é o que está em nós do que o que está no mundo.
Nosso maior inimigoO último e o que temos entendido como o maior inimigo é a carne, a nossa natureza caída, pois no texto de Êxodo Deus diz a Moisés: “Mete, agora, a mão no peito. Ele o fez; e, tirando-a, eis que a mão estava leprosa, branca como a neve. Agora, coloque de novo a mão no peito”. Moisés tornou a pôr a mão no peito e, quando a tirou, ela estava novamente como o restante da sua pele. O que isso pode significar? Cremos que Moisés teria triunfo se entendesse a necessidade de vencer sua própria carne. Por isso, precisamos entender algumas coisas sobre ela. Porque ela seria nosso maior inimigo? Como vimos anteriormente, para vencermos a serpente e o mundo, basta nos posicionarmos em Deus, não temos que fugir da serpente, mas o diabo fugirá de nós, não temos que fugir do mundo, mas vivermos nele e denunciarmos suas más obras. E a carne?
Com relação a carne, a palavra nos orienta a além de posicionamento e resistência, a fuga. Isso mesmo, Paulo aconselha seu discípulo Timóteo a fugir das paixões da sua mocidade (2 Timóteo 2:22 “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”), ele aconselha a fuga no sentido de procurar segurança. Onde? Em Deus e no corpo que vive em justiça, fé amor e paz., ele mostra o caminho para Timóteo permanecer a salvo de si mesmo. Devemos tomar cuidado, pois essa realidade é mais séria e profética do que muitas vezes temos imaginado. Em 2 Timóteo 3.1diz: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto,o poder.Foge também destes”. Paulo aconselha Timóteo a escapar com segurança do perigo das paixões carnais que dominariam o homem a cada dia de maneira mais impetuosa, desejos insensatos que afogam os homens na ruína e na perdição (1Timóteo 6.11). Por isso, então a palavra confirma esse conselho: “Ó homem de Deus, foge destas coisas, antes segue a justiça, a piedade, a fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”. O texto de 2 Pedro 2.18 fala de homens que estavam prestes a fugir,
mas parece não terem fugido a tempo, ou seja, foram vencidos por suas próprias paixões. O vencido se torna escravo do vencedor…
A conotação que a Palavra dá para o inimigo “carne” é diferente e radical porque precisamos entender que a carne nunca irá se converter! Paulo diz em 1 Coríntios 15.50 “Isto afirmo, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdar a corrupção”. Carne não se converte, portanto, não pode herdar o Reino. Porque a carne está sujeita a corruptibilidade e o espírito não. A carne deve ser crucificada para assim experimentarmos a nova maneira de viver no espírito (Romanos 7.6). Por isso, devemos nos posicionar diariamente, uma vez que a luta contra a carne é diária, e a vitória sobre ela, consequentemente determina a vitória sobre a oportunista serpente, e sobre os desejos e valores que governam o sistema que não procede do Pai. Você percebe a importância de vencermos a carne? Não podemos mais negligenciarmos esse princípio, e para isso, essa palavra deve descer da mente para o coração.
É importante entendermos que todos os homens tiveram que lhe dar com essa realidade, até mesmo Jesus. Em Hebreus 4.15 diz: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Ele como homem foi tentado pelas mesmas paixões, mas venceu. Paulo em Romanos 6:19 também fala da fraqueza da sua carne: “Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação”. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo (Romanos 7:18). Ele reconhece a fraqueza moral de sua natureza, a disposição reprovável de sua carne, por isso, tem um ensino muito claro e preciso a respeito do “não viver mais eu, mas Cristo viver em mim”, de um viver a vida que vive na carne para glória de Deus em Cristo Jesus.
Em Romanos 8 confirma isso falando a respeito do novo modo de viver do Espírito, e da necessidade de um posicionamento radical com relação a si mesmo. Jesus diz em João 3.6, que quem é nascido de carne é carne, quem é nascido do Espírito é espírito, Paulo confirma isso em Romanos 8.5 dizendo que “os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito”. Essa inclinação fala de uma natureza, por isso, o original fala que os que “são carnais” pensam e sentem as coisas da carne, uma realidade que fala de natureza, e essa realidade traz consigo as suas devidas recompensas, ou seja, a recompensa da carne é a morte, mas do Espírito a paz, a recompensa da carne é inimizade contra Deus e os que estão na carne não podem agradá-lo (Romanos 8.6-7).
A questão aqui começa a ficar muito séria e precisamos analisar com um pouco mais de maturidade qual o modo de vida que temos adotado. Não estamos falando de adotarmos uma linguagem evangélica, mas de novo nascimento. Será que temos entendido isso? Será que alguém nasce de novo de um dia para outro? Demoramos quanto tempo para nascer? O natural não é sombra do espiritual? Não seria bom começarmos avaliar isso melhor? O fato de muitos terem recebido, pela fé, uma divina semente de uma nova natureza de homens nascidos de Deus que não vivem mais na prática do pecado, não significa que todos eles foram devidamente cuidados e nasceram do alto. Muitos têm a confissão e a linguagem evangélica, mas poucos têm vivido como homens nascidos do Espírito, que podem ver e perceber o Reino (João 3.3). A árvore se conhece pelos frutos, e os frutos que temos visto por onde temos andado é de carnalidade ou espiritualidade? (Tiago 4:1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?) Carne e sangue não herdarão o Reino, por isso, devemos fugir de nós mesmos, pois quanto mais longe de mim estiver, mais perto de Deus estarei.
Agora, você pode perguntar: Mas afinal, como vencermos nosso maior inimigo? Martirizando-se? Enchendo-se de culpa e auto condenação? Subjugando-se ao legalismo arbitrário e castrador? Entenda algo importante! Não se vence a carne, lutando segundo a carne! Paulo entendia isso muito bem, por isso, devemos procurar a realidade desse novo nascimento, procurar crescer na realidade dessa nova criação, para o novo modo de vida do Espírito. Gálatas 5:16 diz: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”. A vitória sobre a carne está na cruz, no novo modo de vida do Espírito. Paulo começa a falar dos que são e dos que não são, em Gálatas 5:24 diz: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências”. Se queremos alcançar essa realidade espiritual primeiro temos que morrer para nossas paixões e desejos, e então, vivendo no espírito que gera em nós o desejo pela vontade do Pai, vencemos todo o pecado que diariamente nos assedia. Não existem atalhos ou leis religiosas que possam nos fazer vencer a natureza do homem caído, apenas a cruz.
Infelizmente a ineficácia da religiosidade em fazer com que as pessoas vençam seus desejos, fez com que sutilmente o homem passasse aceitar suas quedas, acreditando em Jesus como homem perfeito, mas nós como homens que sempre serão afetados pelos desejos carnais. Isso não é algo explicito, mas implícito, revelado na conduta. Apenas pergunte isso para as pessoas que estão a sua volta: Você pode ser perfeito, sem pecado? A maioria dirá que não, e isso é um sofisma, um engano. Por quê? Sabemos que o sangue na antiga aliança, tinha a capacidade te cobrir o pecado. O homem, ele sim, nunca poderia ser totalmente santificado, mas a nova aliança estabelecida por Jesus, tira o pecado do homem, uma vez que Ele é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
Por isso, aquele que é de Deus, nascido de Deus, não vive na prática do pecado, antes, aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. (1 João 5.18), aqueles que são “nascidos de Deus”, são guardados por Ele, “o guarda” começa com um pronome reflexivo “o” que significa “ele mesmo” e “guardar” vem do termo “tereo” que significa tomar conta cuidadosamente ou olhar atentamente. Portanto, aqueles que são nascidos de Deus, são guardados e protegidos por Ele, uma realidade em que o maligno não nos toca. O que isso significa? Maligno vem de “poneros” ou seja, aborrecimentos, perigos, pressões, algo de natureza má de forma física ou moral, derivada de “ponos” que significa “grandes problemas”. O texto fala que estes males não nos tocam, de “haptomai” que significa não ter comunhão, no sentido de apegar-se ou ainda coabitar, essa palavra deriva de “hapto” que significa aderir ou acender e colocar fogo em algo. O que isso pode significar? Quando somos nascidos de Deus, não temos nenhum tipo de relação com o pecado e ele deixa de ter qualquer tipo de poder de influência e sedução sobre nossa carne, não há mais fogo, não há mais paixão, você entende isso? Em outras palavras poderíamos dizer que deixamos de ser inflamáveis.
Esse é o novo modo de vida do Espírito, onde “todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus”. (1 João 3:9). Porque se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados (Hebreus 10:26), ou s
eja, se continuamos deliberadamente na prática do pecado o sangue de Cristo, não tem efeito sobre nós. Entenda algo importante! Somos perdoados e purificados dos pecados que nos arrependemos e não dos pecados que ainda cometemos sem frutos de arrependimento. Se temos vivido na escravidão da carne, que se alimenta do pecado, não o conhecemos, não somos dele (1 João 3.5) “Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo”.
Por fim, entendemos que não existem fórmulas para vencer a nós mesmos, apenas há um caminho, tomar cada dia a nossa cruz, ou seja, a cada dia lembramos que estamos mortos em Cristo, e que através dele temos acesso a essa nova realidade de vida no espírito. Não existem atalhos, apenas ande no espírito e jamais se rendam aos desejos da carne (Gálatas 5). Declare a cada dia a vitória de Cristo e que todo escrito de dívida foi cancelado, portanto, não retrocedamos nisso. Colossenses 2.11diz: “Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Isaias 40.1).
Conclusão 
Por fim, entendemos que Moisés estava sendo restaurado, um processo em que deveria deixar de confiar em si mesmo,e confiar simplesmente em Deus. É um processo fácil? Temos visto que não, pois a frustração é de nos sentirmos mais destrutivos com relação a confiança, pois mesmo sendo ministrados sobre a serpente, a lepra e a água em sangue sobre a terra, Moisés mostrou insegurança e resistência em voltar para o Egito. Êxodo 4.10-11 “Então, disse Moisés ao Senhor: Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua. Respondeu-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” O que acho mais forte é que Moisés conseguiu deixar Deus irado, pela forma como continua lutando contra uma verdade de Deus para sua vida. Portanto, deixe-se ser vencido pela verdade de Deus para sua vida! Não importa a proporção dos seus erros, o quanto você tenha se equivocado em suas expectativas, o que realmente importa é a verdade de Deus para com a sua vida. O que Ele diz a nosso respeito é a verdade e não podemos lutar contra ela, mesmo que pareça incompatível com as circunstâncias naturais. Assim como Deus conseguiu recuperar a identidade de Moisés, sejamos simplesmente aquilo que Ele diz que somos, e façamos aquilo que Ele diz que podemos fazer.
Por Valdo Hott