terça-feira, 10 de julho de 2012

Pastor analisa a canção Ressuscita-me de Aline Barros


Pastor analisa a canção Ressuscita-me de Aline Barros

O pastor e escritor Ciro Sanches Zibordi escreveu em seu blog uma análise bíblica sobre a canção Ressuscita-me de Aline Barros, canção que faz parte do CD “Extraordinário Amor de Deus” que já recebeu o Disco de Diamante pela vendagem de mais de 300.000 cópias.

A canção é uma das mais tocadas nas rádios de todo o Brasil e faz uma comparação entre a história de Lázaro e de uma pessoa que está em cavernas e precisa ver os sonhos ressuscitados.

Zibordi que é autor do livro “Erros que os Adoradores Devem Evitar” só encontra divergências bíblicas no título da canção e no refrão.

Veja a análise:

A canção “Ressuscita-me” tem sido bastante entoada pelos evangélicos. Sua melodia é bonita e envolvente — admito —, mas a sua letra está de acordo com as Escrituras? Tenho recebido vários pedidos por e-mail para analisá-la. E resolvi atender a essas solicitações.

Adianto que esta abordagem respeita a licença poética, mas prioriza a Palavra de Deus (1 Co 4.6; At 17.10,11; Gl 1.6-8). Afinal, como crentes espirituais, devemos discernir bem tudo (canções, pregações, profecias, milagres, manifestações, etc.), a fim de retermos somente o que é bom (1 Co 2.15; 1 Ts 5.21).

“Mestre, eu preciso de um milagre. Transforma minha vida, meu estado. Faz tempo que eu não vejo a luz do dia. Estão tentando sepultar minha alegria, tentando ver meus sonhos cancelados”. Não vejo problemas no início da composição em análise, visto que todos nós, mesmo salvos, passamos por momentos difíceis em que nos sentimos perseguidos, isolados, como que presos em um lugar escuro, sufocante, “no vale da sombra da morte” (Sl 23.4). Nessas circunstâncias, é evidente que ansiamos por um grande milagre.

“Lázaro ouviu a sua voz, quando aquela pedra removeu. Depois de quatro dias ele reviveu”. Aqui, como se vê, a construção frasal não ficou boa. Quem removeu a pedra? Com base na licença poética, prefiro acreditar que o compositor referiu-se aos homens que removeram a pedra, naquela ocasião (Jo 11.39-41), haja vista Lázaro, morto e amarrado, não ter a mínima condição de fazer isso — segundo os historiadores, aquela pedra pesava cerca de quatro toneladas.

A oração cantada prossegue: “Mestre, não há outro que possa fazer aquilo que só o teu nome tem todo poder. Eu preciso tanto de um milagre”. Algum problema, aqui? Não.

“Remove a minha pedra, me chama pelo nome”. Os problemas começam aqui. Se o compositor tomou a ressurreição de Lázaro como exemplo, deveria ter sido fiel à narrativa bíblica. É claro que Deus remove pedras grandes, como ocorreu na ressurreição do Senhor Jesus (Mc 16.1-4). Mas, no caso de Lázaro, quem tirou a pedra foram os homens, e não Deus (Jo 11.41)!

Aprendemos lições diferentes com as circunstâncias que envolveram as aludidas ressurreições. Fazendo uma aplicação espiritual, há algumas pedras que Deus remove (como na ressurreição de Jesus), mas há outras que o ser humano deve revolver (como na ressurreição de Lázaro). Em outras palavras, Deus faz a parte dEle, e nós devemos fazer a nossa (Tg 4.8; 2 Cr 7.13,14).

“Muda a minha história. Ressuscita os meus sonhos. Transforma a minha vida, me faz um milagre, me toca nessa hora, me chama para fora”. Clichês comerciais e antropocêntricos não podem faltar emgospel hits: “muda a minha história”, “sonhos”, etc. Como já falei muito sobre esse desvio em meu livro Erros que os Adoradores Devem Evitar, evitarei ser ainda mais “antipático”. Mas é importante que os compositores cristãos aprendam que os hinos devem ser prioritariamente cristocêntricos.

“Ressuscita-me”. Aqui vejo a principal incongruência do cântico, a qual não pode ser creditada à licença poética. Pedir a Deus: “ressuscita os meus sonhos”, no sentido de que eu me lembre das suas promessas e volte a “sonhar”, a ter esperança, a aspirar por dias melhores, etc. — a despeito do que afirmei sobre o antropocentrismo —, até que é aceitável. Mas não posso concordar com a súplica: “Ressuscita-me”. Por quê? Porque o salvo em Cristo já ressuscitou, espiritualmente, e não precisa ressuscitar de novo!

Quer dizer, então, que a aplicação feita pelo compositor é contraditória? Sim, pois, em Colossenses 3.1, está escrito: “se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus”. O que é o novo nascimento? Implica morte para o pecado (Cl 3.3) e ressurreição para uma nova vida (Rm 6.4). Essa analogia da nossa preciosa salvação — pela qual temos a certeza de que estamos mortos para o pecado e já ressuscitamos para o nosso Deus — não pode ser posta em dúvida para atender a anseios antropocêntricos. Por isso, a oração “Ressuscita-me” se torna, no mínimo, despropositada.

Alguém poderá argumentar: “Ora, a Bíblia não diz, em 1 Coríntios 15, que vamos ressuscitar? Por que seria errado pedir isso para Deus?” Bem, o sentido da ressurreição, no aludido texto paulino, é completamente diferente do mencionado na composição em apreço. Paulo referiu-se à ressurreição literal daqueles que morrerem salvos, em Cristo (vv.51-55; 1 Ts 4.16,17). Hoje, em vida, não esperamos ser ressuscitados, pois já nos consideramos “como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.11).

Amém?

Texto extraído do Blog do Ciro

Quando o impossível se torna possível


Quando o impossível se torna possível

Texto: Josué 6:1-2, 20-21
Introdução

“Miguel Ângelo grade gênio de arte, fez uma estatua de mármore e ficou maravilhado de sua própria obra. O artista de olhos fitos na estátua, como que a sentia mover-se: acendia-se-lhe os olhos, as flamas da fronte tremeluziam faiscando; rosavam-se-lhe as faces; tremiam-lhe os lábios e Miguel Ângelo, em delírio, deu uma pancada com o martelo no joelho da estatua, dizendo: Parla! Parla!” Houve apenas um silêncio e o mármore permaneceu mudo—nem era possível que falasse, visto que era pedra, só pedra, faltava-lhe a vida, a alma que gera palavras. E o artista parou diante da estatua, reconhecendo-se homem, ele que julgava-se deus. Entendeu que só Deus dá a vida. Era apenas uma estatua produzida por mãos humanas. E assim como era impossível para aquela estatua de mármore falar com o grito de Miguel Ângelo, também era impossível para as muralhas de Jericó caírem apenas com o grito do povo. 

Jericó estava no meio do caminho do povo de Deus que desejava conquistar a terra prometida. Essa cidade ficava a uns 16 km do rio Jordão e a 27 km de Jerusalém e era muito importante por seus muros enormes, seu tamanho e suas riquezas. É apresentada na Bíblia como cidade das Palmeiras, Deut. 34:3. Como cidade era uma fortaleza, como local era um Oásis. Jericó era um encanto. Para entrar em Canaã, o povo precisava passar por Jericó. Era esta cidade um grande obstáculo e Josué tinha a responsabilidade de conquistar a terra; era impossível continuar a caminhada com tão grande empecilho à frente. Josué dirigiu-se a Deus para saber os planos para a conquista de Jericó. E Deus determinou que a cidade fosse rodeada uma vez por seis dias e no sétimo dia os sacerdotes, tocando as suas buzinas de chifre de carneiro a rodeariam 7 vezes, quando então, o povo gritaria e os muros ruiriam caindo de dentro para fora, em enormes blocos e o fogo irrompeu por toda parte. Todos foram mortos, exceto Raabe e sua família. 

Quando meditamos neste texto, ficamos perplexos, de como o impossível se torna possível, pois ao buscarmos uma resposta, não encontramos na ciência nenhuma explicação cabível. A única explicação é que ali Deus agiu miraculosamente. Nós também nos deparamos com muitas situações onde a solução nos parece impossível, mas assim como as muralhas de Jericó caíram, também em nossas lutas o impossível se torna possível quando Deus age. O maior exemplo é a nossa salvação. Nós jamais, a conseguiríamos por méritos próprios, mas isso foi possível quando Deus agiu em nós e por nós.

I – O impossível se torna possível quando Deus age em nós.

O maior milagre de nossa vida é a conversão. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Tínhamos o nosso coração de pedra, nem mesmo uma martelada no joelho ou um grito de ordem, como fez Miguel Ângelo ordenando vida à estatua, poderia nos dar vida. É difícil, impossível ter vida, onde há cheiro de morte e coração de pedra. Impossível – é uma palavra ingrata, que dói ao ouvi-la. Se você tem um ente-querido doente e o médico diz impossível salvar sua vida. Que dor! Como é decepcionante esta palavra. Como é triste ver uma velhinha olhar seu retrato de jovem e dizer: É impossível fazer voltar os anos! Em algumas circunstâncias o termo impossível se torna dramático, por exemplo: é impossível chegar! É impossível vencer! É impossível ser aprovado! É impossível fazer a paz onde há ódio no coração; é impossível amar onde há desgosto e maus tratos; é impossível recuperar o tempo perdido. Mas o impossível se torna possível quando Deus age em nós. Maria achava impossível dar a luz a um filho sem a participação do marido, mas o anjo lhe disse: Para Deus não haverá impossíveis. Lucas 1:37.

 “As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus” Quantas coisas se tornam possíveis para nós quando Deus age. Deficientes físicos foram restaurados por Jesus. Lázaro foi ressurreto de entre os mortos depois de 4 dias morto. Tantas outras coisas aconteceram porque Deus agiu. E a fé é o segredo para a ação divina. Quando temos a presença de Jesus, temos a possibilidade em nossas impossibilidades.

Quando tudo falha Ele nos valerá. Quando tudo parece perdido Ele nos salvará. Ele nos dará aquilo que o homem não nos poderá dar- nem por dinheiro, nem por ciência e nem pela força bruta. Ele pode colocar em harmonia todos os anseios do nosso coração. No entanto, temos que fazer nossa parte, pois o Senhor não fará o que nos é possível fazer. Ele age em nós e transforma nossa vida, mas não nos isenta de nossas responsabilidades. Ele age em nossa impossibilidade, quando tudo falha e nada nos resta a fazer, então Deus faz o que nós não podemos fazer.

II – O impossível se torna possível quando Deus age por nós

Conta-se a história que, quando a Babilônia corria o risco de ser invadida pelos persas, o povo pensou que devia primeiro salvar os seus deuses BEL e NEBO. Os persas poderiam chegar quebrar seus deuses e a quem recorreriam depois? Então os deuses foram colocados sobre animais que iam na frente da multidão. Eram estatuas enormes, e os animais andavam devagar e a fuga tornou-se lenta. E assim, em vez de salvar o povo, seus deuses tornaram-se tropeço para a multidão e o povo foi vencido e levado ao cativeiro. Nosso Deus é muito diferente! É Deus vivo e verdadeiro a quem amamos e em quem confiamos. Nós não precisaremos salvá-lo ou protegê-lo dos inimigos. Ele nos salva e carrega em seus braços quando caímos e estamos fracos. Ele nos livra da hora da provação. Ele nos livra quando os impossíveis nos cercam.

Jericó foi tomada com a ajuda direta de Deus, para inspirar confiança aos Israelitas. O nosso Deus, é o Deus das grandes batalhas, guerreia nossas guerras como disse o rei Ezequias ao ser ameaçado por Senaqueribe, rei da Assíria “Com ele está o braço da carne, mas conosco está o Senhor nosso Deus, para nos ajudar e guerrear nossas guerras”. Em II Reis 6 está outro episódio. O rei da Síria quis prender Eliseu e enviou seu exército a Dotã, onde estava o profeta pernoitando. O moço de Eliseu ao ver o exército Sírio cercando a cidade entrou em pânico e disse: “Ai meu Senhor, que faremos? Então Elizeu disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Orou Elizeu e disse: Senhor, peço-te que lhe abra os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” Deus age por nós e faz o impossível se tornar possível. Deus age por nós quando há um Egito nos escravizando; Deus age por nós quando há um mar vermelho à nossa frente; Deus age por nós quando a sede aperta e as águas são amargas. Deus age por nós quando a fome aperta. Ele age por nós e nos guia pelos desertos das impossibilidades. Deus age por nós e derruba as muralhas de Jericó que nos impedem de tomarmos posse das promessas. Nem sempre temos tudo o que queremos, mas temos tudo o que precisamos. Deut. 2:7. É preciso confiar em Deus, porque Ele age em nós. Devemos confiar ainda que andemos no Vale da sombra da morte; ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; precisamos confiar no Senhor, pois Ele age por nós.

III – O impossível se torna possível quando Deus age através de nós

Deus agiu através de Moisés para libertar o povo da escravidão do Egito. Deus agiu através de Josué para levar seu povo a conquistar a terra a terra de Canaã. Mais tarde agiu através dos Juizes para libertar seu povo da opressão de seus inimigos. Deus agiu através de alguns reis, bem como através dos profetas. Mas Deus age também através de homens que tem pouco valor, como no caso dos 4 leprosos mencionados em II Reis 7. que foram ao arraial dos Sírios e trouxeram ao povo notícia de que os inimigos haviam fugido deixando para trás toneladas de comida. Aparentemente eles eram nada, e na verdade eram desprezados pela sociedade, contudo, Deus agiu através deles e Samaria foi salva da fome..Isso nos faz lembrar da oração de Davi pouco antes de sua morte “tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade…teu, Senhor, é o reino, e tu te Exaltaste por chefe sobre todos. Na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força.” I Crônicas 29:11,12. Quando homens fracos se levantaram com fé, em nome do Senhor, Deus agiu. Deus leva a vida onde há morte; e o coração que antes era de pedra, se transforma em coração sensível, onde pulsa a emoção, o amor, a misericórdia. É a graça de Deus que inunda a nossa vida. Deus age através de seres tão pequenos e fracos, humildes e débeis. Deus age através daqueles que não são, para reduzir a nada os que são ou pensam que são. Deus peleja por aqueles que nele confiam. O impossível se torna possível quando Deus age através de nós. Ele faz o inimigo ouvir ruídos de um grande exército. Apavora o coração dos soberbos. Deus cria tudo do nada.

Conclusão

O impossível se torna possível quando Deus age em nós; quando Deus age por nós e quando Deus age através de nós. Há muitos problemas diante de nós, são nossos Jericós. O salário que não dá! A doença que avança; a perda de ente-queridos. São desafios que enfrentamos em nossa caminhada, mas devemos confiar em Deus. O fator mais importante é a obediência à vontade de Deus . O impossível se torna possível quando Deus age. Deixe Deus agir em sua vida! Confie nele e algo extraordinário vai acontecer.

Vivendo sem medo do futuro


Referência: Filipenses 1.19-30

INTRODUÇÃO

1. Olhando para a vida com os olhos de Deus

O apóstolo Paulo está preso, aguardando o seu julgamento. Sua absolvição é ansiosamente esperada pelos crentes de Filipos. Mas, sua condenação por parte do imperador Nero é uma dolorosa possibilidade, pensavam os crentes macedônios. O veterano apóstolo, porém, mesmo preso em Roma, algemado a um soldado da guarda pretoriana, aguardando uma sentença que poderia levá-lo à morte, transborda de alegria e encoraja a igreja de Filipos a viver do mesmo jeito. Sua segurança decorre de três fatos:

Em primeiro lugar, ele olha para o passado sem amargura (1.12). Ele sofreu perseguição, açoites, prisões, acusações levianas, privações, naufrágios, fome e frio, mas ao computar todas essas coisas, disse que elas contribuíram para o progresso do evangelho.

Em segundo lugar, ele olha para o presente com alegria (1.13-18). Sua prisão longe de interromper ou limitar seu ministério, abriu-lhe novos horizontes. A igreja de Roma foi revitalizada por suas algemas, a guarda de elite do imperador passou a conhecer a Cristo por seu intermédio e as cartas da prisão romperam os séculos e, como sempre foram e são, ainda serão verdades consoladoras de Deus para o seu povo.

Em terceiro lugar, ele olha para o futuro com gloriosa certeza (1.19-26). O futuro não amedronta Paulo. O fim da linha não é o martírio, mas a glória. A última cena não é a guilhotina romana, mas o paraíso. A morte para ele não é um fim trágico, mas uma recompensa gloriosa. Morrer não é ir para um sepulcro escuro e gelado, mas partir para estar com Cristo.

Warren Wiersbe diz que por causa das cadeias de Paulo, Cristo tornou-se conhecido (1.13). Por causa de seus críticos, Cristo foi pregado (1.18). Mas, por causa de seu sofrimento, Cristo foi engrandecido (1.20).

2. Olhando para a vida pela ótica dos irmãos

Paulo jamais centralizou sua vida em si mesmo, em seus desejos e necessidades. Ele sempre colocou os outros na frente do eu. Ele sempre abriu mão de seus direitos em favor dos outros. Ele preferia morrer e estar com Cristo, mas por amor à igreja estava disposto a ficar. Se para ele o viver é Cristo, o motivo para continuar vivo é abençoar os irmãos (1.24,25). Ele não pensa em aposentadoria, em enfiar-se num pijama e comprar uma cadeira de balanço. Paulo não pensa em sair de cena e buscar um tempo de recolhimento para cuidar de si. Paulo é como uma vela, ele quer brilhar com a mesma intensidade enquanto viver.

No texto em apreço, Paulo abre as cortinas da sua alma e nos oferece sua visão confiante quanto ao futuro.

I. A CERTEZA (1.19)

Paulo não é um estóico, mas um cristão. Ele não tem prazer em sofrer. Ele não acredita que o seu sofrimento é meritório. Ele está preso, mas seu desejo é sair da prisão. O apóstolo afirma: “Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação” (1.19). A palavra usada por Paulo para “libertação”, soteria, pode significar aqui segurança, salvação ou bem estar.

Paulo demonstra confiança nessa libertação por duas razões básicas: uma humana e outra divina.

1. Pela oração da igreja (1.19)

Paulo foi o maior teólogo do cristianismo. Ele foi o maior intérprete das verdades cristãs. Por outro lado, ninguém expressa tanta confiança na oração como ele. Ele ora pela igreja (1.4-11) e pede orações da igreja (1.19; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2; 2Co 1.11; Fm 22; Rm 15.30-32). Ele está preso e tem certeza de sua libertação por causa das orações da igreja em seu favor. A Bíblia diz que muito pode por sua eficácia a súplica do justo (Tg 5.16). Ralph Martin diz que a súplica dos filipenses é resposta à sua súplica a favor deles (1.4).

2. Pela provisão do Espírito de Jesus Cristo (1.19)

A ação de Deus não anula a intervenção divina nem a soberania de Deus isenta a responsabilidade humana. Pela provisão do Espírito Santo Paulo será posto em liberdade, mas essa ação do Espírito vem como resposta da oração da igreja. A provisão do Espírito sugere um revestimento, e fortalecimento de sua vida, de tal forma que sua coragem não lhe falhará; e nem será, seu testemunho, prejudicado (1.20), seja qual for o resultado do processo contra ele. A ajuda do Espírito é nada menos que o poder de Cristo disponível para seu povo.

II. A EXPECTATIVA (1.20)

Paulo é um homem que está olhando para o futuro erguido na ponta dos pés, com a visão do farol, subindo nos ombros dos gigantes. Em toda esta situação Paulo tem uma esperança. A palavra que usa para “esperança” é muito gráfica; é um termo inusitado. Trata-se de apokaradokia. Apo significa “fora de”; kara, “cabeça”; dokein, “mirar”. Assim, apokaradokia significa a mirada ardente, concentrada, e persistente que se aparta de qualquer outra coisa, para fixar-se somente no objeto do seu desejo.

Ralph Martin corrobora afirmando que essa palavra é bastante pitoresca, denotando um estado de antecipação viva do futuro, o esticar do pescoço para captar um vislumbre daquilo que jaz à frente, “a esperança intensa, concentrada, que ignora outros interesses (apo), e força-se para frente, como que esticando a cabeça (kara, dokein). Desta forma apokaradokia é uma atitude positiva para com aquilo que o futuro possa trazer. A expectativa de Paulo é demonstrada de duas formas:

1. Não ser envergonhado (1.20)

Paulo está numa prisão e não numa cátedra. Ele está algemado e não num púlpito. Sobre ele pesa acusações. Sua vida está sendo devassada e vasculhada. Seus inimigos são ardilosos e implacáveis. As acusações contra ele são pesadas e levianas. Paulo reconhece que precisa das orações da igreja e do socorro do Espírito Santo para não sucumbir. Os cristãos no primeiro século foram acusados de canibais, de incendiários e de licenciosos. Paulo era o líder desse grupo. Apesar de todas essas adversidades, Paulo tem expectativa de não ser envergonhado em seu julgamento.

2. Glorificar a Cristo no corpo (1.20)

As metas mais cobiçadas por Paulo não eram ser um homem famoso e rico, mas glorificar a Cristo em seu corpo. Ele não estava construindo seu próprio império e reino pessoal, mas buscando a glória do Rei Jesus. Ele não estava atrás de glórias humanas ou prestígio político em Roma, mas buscava com todas as forças da sua vida glorificar a Cristo em seu corpo. Paulo não era um obreiro fraudulento, charlatão, mercadejador do evangelho. Ele não estava construindo um patrimônio financeiro como tantos obreiros inescrupulosos, usando seu prestígio para abastecer-se. Paulo compreendia que havia sido comprado por alto preço e, agora, queria glorificar a Cristo em seu corpo (1Co 6.20). Como Ellicott o expressa belamente, Paulo diz: “Meu corpo será o teatro no qual se manifestará a glória de Cristo”.

Werner de Boor diz que Paulo não era um platônico, que somente valorizava “a alma” e desprezava o corpo como insignificante ou até mesmo mau. Paulo entendia que precisava manter o corpo com rédeas curtas (1Co 9.27). Ela sabia que as práticas do corpo precisavam ser mortificadas por meio do Espírito (Rm 8.13). Esse corpo “insignificante”, muitas vezes tão precário e maltratado, é o meio da glorificação de Jesus!

Paulo diz para a igreja de Filipos que a glorificação do nome de Cristo em seu corpo ocorrerá independentemente do desfecho do processo, tanto no caso de soltura como no caso de execução, ou seja, quer pela vida, quer pela morte.

Warren Wiersbe compara o nosso corpo como um telescópio e um microscópio. Enquanto o telescópio aproxima o que está distante, o microscópio amplia o que é pequeno. Para o incrédulo, Jesus não é grande. Outras pessoas e coisas são muito mais importantes do que ele. Mas, ao observar o cristão passar por uma experiência de crise, o incrédulo deve ser capaz de enxergar a verdadeira grandeza de Jesus Cristo. O corpo do cristão é uma lente que torna o “Cristo pequeno” dos incrédulos extremamente grande e o “Cristo distante”, extremamente próximo. Como Paulo deseja glorificar a Cristo em seu corpo?

Em primeiro lugar, glorificar a Cristo pela vida. A glória de Deus é o fim último da existência humana. Nosso viver será em vão se Cristo não for glorificado em nosso corpo. Nosso corpo é habitação de Deus, pertence a Cristo e deve glorificar a Cristo. Mesmo já velho, trazendo no corpo as marcas de Cristo, fustigado pelo espinho na carne, tendo passado por açoites, prisões e escassez de pão, Paulo quer glorificar a Cristo em seu corpo pela sua vida.

Em segundo lugar, glorificar a Cristo pela morte. Não basta viver bem, é preciso morrer bem. Não morre bem, quem não vive para glorificar a Cristo. Paulo deseja ardentemente glorificar a Cristo em sua morte, como o glorificou em sua vida. Não pode ter a morte de um justo quem viveu como um ímpio. Não pode glorificar a Cristo na morte quem não o glorificou na vida. Miguel Gonçalves Torres, pastor presbiteriano que viveu no século XIX, disse na hora da morte: “Eu pensei que eu iria para o céu na hora da morte, mas foi o céu que veio me buscar”. Dwight Moody, o grande avivalista do século XIX disse na hora da sua partida: “Afasta-se a terra, aproxima-se o céu, estou entrando na glória”. Martyn Lloyd-Jones, o ilustre pregador galês, considerado o pastor mais influente do século XX, ao morrer, disse para sua família: “Não orem mais por minha cura, não me detenham da glória”.

III. A EXPLICAÇÃO (1.21)

O apóstolo Paulo não tem apenas expectativa, ele tem razões sobejas e convincentes porque deseja glorificar a Cristo tanto pela vida como pela morte. Exatamente porque ele está pronto para morrer, é que ele está pronto para viver, diz Bruce Barton. No versículo 21 ele vai explicar porque tem a expectativa de glorificar a Cristo na vida e na morte.

1. A vida é Cristo (1.21)

Para aqueles que não crêem em Deus, a vida sobre a terra é tudo o que existe. Então, é natural que essas pessoas lutem desesperadamente pelos valores deste mundo como dinheiro, popularidade, poder, prazer, e prestigio. O homem está em busca de sentido. Os filósofos, esbaforidos, na sua busca pela verdade vasculham os densos volumes da história do pensamento humano, buscando encontrar o sentido último da existência humana. Os psicólogos mergulham no oceano dos sentimentos mais profundos da alma humana buscando uma razão para a vida. Muitos tentam encontrar o sentido da vida no dinheiro, no prazer, no sucesso e no poder. Porém, essa é uma busca inglória. É como buscar água em cisternas rotas. É como lavrar uma rocha. Deus colocou a eternidade no coração do homem e as coisas temporais e terrenas não podem satisfazê-lo.

O grande paladino do cristianismo, o velho e surrado apóstolo, diz que Cristo é a razão da vida. Para Paulo, Cristo marcava o começo, a continuação, o fim, a inspiração, e a recompensa da sua vida.

2. A morte é lucro (1.21)

A morte para o cristão não é o final da linha. A morte não é a cessão da existência. A morte não é um fracasso nem uma derrota. Para o cristão, a morte é lucro e isso por algumas razões:

Em primeiro lugar, a morte é lucro porque é o descanso das fadigas (Ap 14.13). A vida está crivada de muito sofrimento. Aqui há choro e dor. Aqui há vales sombrios e trabalhos extenuados. Mas, a morte é o descanso das fadigas.

Em segundo lugar, a morte é lucro porque morrer é ser aperfeiçoado para entrar na glória (Hb 12.23). A morte para o cristão não é decadência, mas aperfeiçoamento para entrar na glória, na cidade santa, na Jerusalém celeste.

Em terceiro lugar, a morte é lucro porque morrer é ir para o seio de Abraão (Lc 16.22). Quando um cristão morre, seu corpo desce ao pó, mas seu espírito volta para Deus (Ec 12.7). Morrer é ir para a Casa do Pai, para o seio de Abraão, para o paraíso. Jesus disse para o ladrão arrependido na cruz: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).

Em quarto lugar, a morte é lucro porque a morte de um justo é algo belo aos olhos de Deus (Sl 116.15). Porque Cristo venceu a morte, tirou o seu aguilhão e triunfou sobre ela, a morte não mais nos separa de Deus (Rm 8.38). Agora, a morte dos santos é preciosa a Deus porque pela morte entramos no gozo do Senhor (Mt 25.34).

IV. A TENSÃO (1.22-26)

Paulo está vivendo uma grande tensão. Ele está dividido entre a vida e a morte. O que escolher? O que é melhor? J. A. Motyer diz que Paulo coloca na balança essa tensão e vê que tanto a vida quanto a morte são desejáveis, porém, ele tem uma preferência pela morte, embora aliste razões para continuar vivendo.

1. O desejo semelhante de viver e morrer (1.22-23)

No versículo 22 Paulo expressa seu dilema e sua tensão: “Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher”.

No versículo 23, ele aponta seu constrangimento de desejar partir: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”. Todos os cristãos vivem esse conflito e essa tensão. Nossa Pátria está no céu (3.20). Nosso nome está escrito no livro da vida (4.2). A morte para nós é lucro (1.21). Porém, ainda temos um trabalho a fazer aqui (1.22). Estamos no mundo como embaixadores de Deus, como ministros da reconciliação, como cooperadores de Deus. Andar com Deus e fazer sua obra é a razão de ainda continuarmos neste mundo.

O cristão não foge da vida nem teme a morte. Ele abraça a vida e a morte com a mesma empolgação. Na vida Cristo está com ele; na morte ele está com Cristo. Na vida ele realiza a obra de Cristo; na morte ele desfruta da glória de Cristo.

2. A preferência da morte (1.23)

Paulo depois de afirmar que morrer é lucro, agora, afirma que ele prefere a morte à vida. No versículo 23 Paulo nos fala sobre três aspectos importantes da morte do cristão:

Em primeiro lugar, a natureza da morte. Paulo fala da morte como uma partida. Ralph Martin diz que essa palavra “partir” não deve ser interpretada como um anseio por imortalidade, a qual os gregos procuravam atingir mediante o derramamento do corpo físico, permitindo, assim, que o espírito escapasse de sua prisão. A metáfora do verbo poderia ter sido emprestada da terminologia militar (retirar-se do campo) ou da linguagem náutica (libertar o barco de suas amarras). O pano de fundo geral, mais imediato, não é o debate filosófico, grego, a respeito da imortalidade da alma, que procura libertar-se do corpo, à hora da morte, mas a esperança de uma união mais íntima com Cristo. Essa palavra grega analyein é muito sugestiva. Ela tem um rico significado.

Primeiro, ela significa ficar livre de um fardo. Esse era um termo usado pelos agricultores para se referir ao ato de remover o jugo dos bois. Paulo havia levado o jugo de Cristo, que era suave (Mt 11.28-30), mas também havia carregado inúmeros fardos em seu ministério (1Co 11.22-12.10). Partir e estar com Cristo significa colocar de lado todos os fardos, pois seu trabalho na terra estaria consumado. A morte é o alívio de toda fadiga (Ap 14.13). A morte é descanso (Hb 4.9). A morte é entrar na posse do reino e no gozo do Senhor (Mt 25.34).

Segundo, ela significa levantar acampamento. A idéia central aqui é de desatar as cordas da tenda, remover as estacas e prosseguir a marcha. A morte é colocar-se em marcha. Cada dia desta marcha é uma jornada que se aproxima mais do nosso lar. Até que enfim se levanta pela última vez o acampamento neste mundo e se transfere para a residência permanente na glória. A tenda em que vivemos é desarmada pela morte. A morte é uma mudança de endereço. Deixamos uma tenda frágil e mudamos para uma casa feita não por mãos, eterna no céu (2Co 5.1). Deixamos um corpo de humilhação e nos revestimos de um corpo de glória (3.21). Deixamos este mundo onde passamos por aflição e entramos na Casa do Pai, onde Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima.

Terceiro, ela significa desatar as amarras do bote, levantar as âncoras e lançar-se ao mar. Morrer é empreender essa viagem para o porto eterno e para a Deus, diz William Barclay. A morte é uma viagem rumo à eternidade. É uma jornada para a casa do Pai, para o paraíso, para o seio de Abraão, para a Jerusalém celeste.

Em segundo lugar, a bênção da morte. Paulo diz que morrer é partir para estar não no purgatório, nem no túmulo, ou em sucessivas reencarnações, mas estar Cristo. Morrer é deixar o corpo e habitar imediatamente com o Senhor (2Co 5.8). Morrer não é partir para o além desconhecido, mas partir para estar com Cristo no céu. A morte não é uma viagem rumo às trevas, ao desconhecido ou ao tormento ou à solidão. A morte é uma partida para estar com Cristo, para se ter íntima, perfeita e eterna comunhão com ele.

Em terceiro lugar, a superioridade da morte. Paulo diz que morrer é estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. O advérbio triplo em grego (literalmente: “antes muito melhor”) significa “sem comparação, o melhor”, isto é, um superlativo super-enfático. O céu é melhor. A glorificação é melhor. Estar com Cristo com um corpo de glória é melhor. Ver a Jesus glorificado e desfrutar da sua companhia eternamente é melhor. Estar na casa do Pai, onde não tem mais dor, nem lágrima nem luto é melhor.

3. O motivo para continuar vivendo (1.24-25)

Paulo não tem medo da morte e até deseja a morte, porque morrer é partir para estar com Cristo, mas por causa dos crentes (1.24) é mais necessário permanecer vivendo. O motivo da sua necessidade de ficar vivo é o progresso e gozo na fé de seus filhos espirituais (1.25,26).

No versículo 25 Paulo diz: “E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé”. Paulo tem a convicção que ficará e permanecerá. Ele usa aqui um jogo de palavras. “Ficarei”, menein, que significa “permanecer com”, enquanto “permanecerei”, paramenein, significa “aguardar ao lado de uma pessoa estando pronto para ajudá-la em todo o momento”. Paulo deseja viver não para si mesmo, mas para os seus irmãos.

Bruce Barton diz que a respeito desta matéria devemos evitar dois erros: primeiro, trabalhar a ponto de perder de vista nossa gloriosa morada com Cristo; segundo, desejar somente estar com Cristo e negligenciar a obra que ele nos chamou para fazer. O cristão ama a vida sem ter medo da morte. Ele é cidadão de dois mundos. Ao mesmo tempo em que luta para a implantação do reino de Cristo na terra, sabe que sua Pátria está no céu. Pensar somente na terra sem voltar-se para o céu produziu uma geração racionalista e estéril. Pensar somente no céu sem envolver-se com a agenda de Deus na terra produziu um bando de místicos vazios e inconseqüentes.

V. A EXORTAÇÃO (1.27-30)

Ralph Martin diz que a seção que compreende os versículos 27 a 30 é rica de termos militares: estais firmes (resolutos como soldados plantados em seus postos); lutando (associa-se com campanha militar, em batalha, ou com arena, onde os gladiadores lutavam em combate de vida ou morte); pelos adversários (humanos ou demoníacos); o mesmo combate (proveniente do grego agon como o que Paulo havia conhecido na época de sua primeira visita à cidades deles (1Ts 2.2).

Warren Wiersbe resume esse parágrafo assim: coerência (1.27a), cooperação (1.27b) e confiança (1.28-30). A maior arma contra o inimigo é uma vida piedosa, coerente, digna. Mas, a igreja é mais do que a vida particular de cada um de seus membros. A igreja é uma equipe, é um time que precisa trabalhar unido. Mas, não basta aos membros da igreja estarem juntos, eles precisam ter confiança e não viverem assustados diante do sofrimento.

Podemos sintetizar este parágrafo, destacando três coisas importantes:

1. A necessidade de viver de modo digno do evangelho (1.27)

A teologia precisa produzir vida. A doutrina precisa desembocar em ética. Aqui é o evangelho que estabelece a norma ética. Os crentes de Filipos deviam viver como pessoas convertidas tanto dentro da igreja, como lá fora, no mundo. A fé que abraçamos precisa moldar nosso caráter.

A vida do cristão, segundo Juan Carlos Ortiz é o quinto evangelho, a página da Bíblia que o povo mais lê. Precisamos viver de modo digno para não sermos causa de tropeço para os fracos. Precisamos viver de modo digno para não baratearmos o evangelho que abraçamos. Precisamos viver de modo digno para ganharmos outros com o nosso testemunho.

A palavra usada por Paulo aqui é muito sugestiva. A ordem: “vivei”, politeuesthai significa “ser cidadão”. Paulo escrevia de Roma, o centro do Império Romano. Foi o fato de ser cidadão romano que o conduziu à capital do império. Filipos era uma colônia romana, uma espécie de miniatura de Roma. Nas colônias romanas os cidadãos jamais se esqueciam que eram romanos: falavam o latim, usavam vestimentas latinas, davam aos seus magistrados os títulos latinos. Assim, Paulo está dizendo para os crentes de Filipos que assim como eles valorizavam a cidadania romana, deviam também valorizar, e ainda mais, a honrada posição que ocupavam como cidadãos do céu (3.20).

2. A necessidade de unidade no trabalho (1.27)

A igreja de Filipos estava sendo atacada numa área vital, a quebra da comunhão (2.1-4; 4.1-3). Eles estavam fazendo a obra de Deus, mas divididos. Paulo os exorta a estarem firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica. A unidade da igreja deve ser expressa em várias áreas, segundo J. A. Motyer.

Em primeiro lugar, unidade de coração e de mente (1.27). Isto fala das afeições, de como nós sentimos diante das pessoas e reagimos a elas. Isso fala acerca das coisas que realmente são importantes para nós.

Em segundo lugar, unidade no trabalho (1.27). Devemos, outrossim, lutar juntos pela fé evangélica. A igreja não é apenas um amontoado de gente vivendo num parque de diversão, mas um grupo de atletas trabalhando juntos pelo mesmo objetivo. Paulo diz que os crentes devem trabalhar juntos como atletas de um time, todos com a mente focada no mesmo alvo, o avanço do evangelho.

Em terceiro lugar, unidade na fé (1.27). A igreja precisa ter unidade doutrinária. Precisamos lutar não por modismos, doutrinas de homens, mas ela fé evangélica. Fora da verdade não há unidade (Ef 4.1-6).

Muitos cristãos fraquejam, ensarilham as armas e fogem do combate na hora da tribulação. Outros se distanciam não da obra, mas dos irmãos e rompem a comunhão fraternal. Paulo exorta-os a estarem juntos e firmes, lutando pela fé evangélica.

3. A necessidade de coragem na perseguição (1.28-30)

A igreja de Filipos estava enfrentando uma ameaça interna (a quebra da comunhão) e uma ameaça externa (a perseguição). Paulo os exorta a trabalharem unidos e também a enfrentarem os adversários sem temor, sabendo que o padecimento por Cristo é uma graça (1.29), pois até mesmo a perseguição à igreja vem da parte de Deus. É bem verdade que somente pela fé, que vem pela graça, pode o sofrimento ser considerado um privilégio.

A expressão: “em nada estais intimidados” contém um verbo expressivo, que sugere o tropel de cavalos assustados. Paulo tem certeza de que seus amigos não explodirão em desordem, sob a pressão da perseguição. Paulo diz, ainda, para a igreja que embora separados geograficamente estão alistados na mesma batalha (1.30).

Ralph Martin diz que os planos de Deus incluem o sofrimento das igrejas (1.29), visto que a natureza da vocação cristã recebeu seu modelo do próprio Senhor encarnado que sofreu e foi humilhado até à morte e morte de cruz (2.6-11). A vida da igreja deriva daquele que exemplificou o padrão do “morrer para viver”. Desta forma não há absolutamente nada incoerente, nem inconsistente, no “destino dos cristãos como comunidade perseguida, inserida num mundo hostil (2.15). Enquanto muitos pregam que a glória é a insígnia de todo cristão, Paulo afirma que a marca distintiva do crente é a cruz. O sofrimento por causa do evangelho não é acidental, mas um alto privilégio, nada menos do que um dom da graça de Deus!

Fazendo da Nossa Vida um Instrumento de Edificação


Fazendo da Nossa Vida um Instrumento de Edificação


“ 13 Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. 14 Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. 15 Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. 16 Não seja, pois, vituperado o vosso bem. 17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. 18 Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. 19 Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.” (Romanos 14:13-19 RA)

1) Introdução

Os versículos escritos pelo apostolo Paulo no capitulo 14, tratam de nos mostrar que um dos alvos mais importantes da vida cristã é a consciência de que devemos viver para o bem dos outros e não apenas para o nosso próprio bem. E neste aspecto, o cristão mais experiente tem mais responsabilidade em ajudar ao mais novo na fé e ajuda-lo a crescer.
Assim, nossa forma de viver deve ser construtiva para outros, levando-os a experimentar crescimento espiritual.

Nos versos do capitulo 14, Paulo não esta preocupado em tratar de como deve ser a vida de um cristão na sociedade, mas ao contrário, ele discute acerca de como deve ser a nossa vida na comunidade dos irmãos.

Ele esta preocupado com este assunto, porque muitos cristãos na igreja romana estavam vivenciando conflitos causados por diferenças de opiniões (14:1), ou porque alguns consideravam que uma determinada forma de se alimentar era melhor do que outra (14:6) ou um dia mais especial do que outro.

Paulo responde a estes cristãos dizendo que: “o reino de Deus não é uma questão de comida ou de bebida, mas de viver corretamente em paz e com a alegria que o Espírito Santo dá.” (Rm 14:17).

Paulo nos ensina aqui, que a vida de um filho do reino de Deus, é uma vida de alegria no Espírito. Quando nossas opiniões nos levam a entrar em conflito com nossos irmãos, podemos perder a alegria de sermos filhos do reino. Quando nossa visão pessoal, nossos conceitos próprios, ou nosso eu, nos levam a ter conflitos com outros, podemos perder a alegria de sermos filhos do reino. É por isso, que muitas pessoas estão dentro de igrejas sem experimentar a alegria “…que o Espírito Santo dá”. v.17

Assim amados, a verdadeira essência da vida cristã esta fundamentada em vivermos para produzir o bem em outros. Assim fazendo, estaremos promovendo a glória do reino.

Lembremos do que nos ensina Paulo: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1Co 10.31). 

2) É aqui neste ponto de nossa reflexão que iremos tratar de responder a seguinte pergunta: O que devemos fazer para que nossa vida seja um instrumento de edificação para os nossos irmãos?

2.1 - Fujamos de juízos precipitados: “não nos julguemos mais uns aos outros…” v.13
Julgamentos precipitados podem trazer profundos prejuízos espirituais para outras pessoas, ou podem nos levar a fazer avaliações erradas trazendo prejuízos para nós mesmos.

Ate mesmo homens de Deus podem ser influenciados por juízos precipitados.

Quando Samuel foi a casa de Jessé, ele viu Eliabe, um dos filhos de Jessé e julgou que Eliabe era a pessoa escolhida por Deus para governar Israel. (I sm. 16:6). Deus lhe responde: “Não se impressione com a aparência nem com a altura deste homem. Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.”

Samuel poderia ter tomado uma decisão errada se continuasse a ser conduzido pelo seu próprio julgamento.

Quando Ló viu as campinas do Jordão, seu julgamento lhe fez escolher as terras que ele achava que eram melhores. As terras que julgou como ruins, deixou para Abraão. Seu julgamento precipitado lhe fez fazer a escolha errada, e mais tarde aquelas terras foram destruídas com fogo e enxofre, pois ali surgiram pessoas ímpias que construíram cidades como Sodoma e Gomorra, conhecidas pela imoralidade e pecado.

Quando Eva viu a arvore do conhecimento do bem e do mal, julgou precipitadamente que seus frutos eram bons para se comer. Seu juízo lhe fez pecar gravemente contra Deus e perder muitos dos privilégios que tinha no Edem.

Aprendamos a pedir discernimento a Deus sobre pessoas e circunstancias para que não venhamos a pecar contra Deus.

2.2 - Tenhamos sempre como meta viver em amor: “…Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal.” V.15
No contexto deste verso, Paulo esta dizendo que se fazemos alguma coisa que entristece o nosso irmão então não andamos mais em amor fraternal.

Para entendermos o que é o amor fraternal precisamos compreender como Deus nos ama:

Deus nos ama, apesar de nossos inúmeros defeitos e pecados. João 3:16 diz que Ele amor ou mundo e deu seu filho unigênito. Ele fez isso por causa de seu amor, mesmo sabendo que nós somos pecadores.

Deus nos ama, apesar de sermos fracos e inconstantes. Pecamos constantemente contra Deus, mas apesar disso Ele permanece fiel.

João nos ensina que “Deus é amor” (I jo. 4:8). Assim, tudo que Deus realiza em nosso favor é por causa de seu amor. Paulo escreve em Rm. 5:8: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”.

Portanto, se Deus no ama, apesar de sermos fracos, falhos e muitas vezes inconstantes, então devemos amar àqueles que julgamos ser mais fracos. Quando fazemos isso, estamos agindo como Deus age em relação a mim e a você. 

2.3 - Procuremos sempre o que promove a paz: “…Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros.” V.19

Conta-se que certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz. Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.

O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave. O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu. O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.

Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo. Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate: – "Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?" E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse: – "Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranqüilamente?"

O juiz ponderou: – "Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranqüilos".

Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender, pois a presença do evangelho em nossas vidas faz exatamente isso. Essa presença promove um cenário de paz em meio a situações de tempestade ou guerras.

O reino de Deus é um reino de paz. Pessoas que promovem perseguições e conflitos em nome da religião não estão agindo como genuínos representantes do reino de Deus. Paulo recomenda-nos em Romanos 14:19: “Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos ajudam a fortalecer uns aos outros na fé”.

Vivemos num mundo onde há conflitos entre países. Nos países oriente médio temos visto ultimamente muitos conflitos ocorrerem e milhares de pessoas tem perdido a vida. Há muitos conflitos nas famílias. Divórcios tem aumentado cada vez mais. Muitos não conseguem mais viver para superar seus conflitos. Preferem optar pela separação. Temos visto filhos em conflitos com seus pais. Alguns até tiram a vida de seus pais. Presenciamos a falta de paz em muitos setores da sociedade. Alias, a ausência de paz, será uma das características dos últimos dias. Jesus profetizou que haveriam guerras e rumores, pais contra filhos e filhos contra pais.

Minha para você nesta ocasião é: Neste contexto, será que temos vivido como promotores da paz? Será que em situações de conflito agimos para estabelecer a paz ou nos comportamos de outra forma?

Em 1 Coríntios 14:33 o apostolo declara: “…pois Deus não quer que nós vivamos em desordem e sim em paz. Como em todas as igrejas do povo de Deus…”.

3) Conclusão

Falamos nesta ocasião, que devemos transformar nossas vidas em um instrumento de edificação. Para isso precisamos fazer pelo menos três coisas: Fugir de julgamentos precipitados, viver em amor e sempre procurando promover a paz.

Em Romanos 15:2, Paulo nos desafia: “Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.” Vivamos para produzir o bem e a edificação dos nossos irmãos. Afinal, a verdadeira vida cristã tem isto como um de seus grandes objetivos.

Que nos abençoe!

Cura Para a Depressão


Cura Para a Depressão

1 Reis 19.1-18


INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde aponta a depressão como a quarta enfermidade mais comum do planeta. Calcula-se que 121 milhões de pessoas sofrem de depressão. Projeta-se que até 2020, a depressão será o principal problema de saúde mundial. Estima-se que 6 a 8% dos brasileiros adultos têm esta doença, o que corresponde a 10 milhões de pessoas. 60% são mulheres e 40% homens. 

1. O QUE É A DEPRESSÃO?

A depressão é quando a tristeza toma proporções muito maiores que impedem a pessoa de manter o estilo de vida do cotidiano. A depressão é uma doença "do corpo como um todo", que compromete seu corpo, humor e pensamento. Ela afeta a forma como você se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. "Os sinais de depressão incluem tristeza, apatia e inércia, tornando difícil continuar vivendo ou tomar decisões; perda de energia e fadiga, normalmente acompanhadas de insônia; pessimismo, desesperança; medo, auto-conceito negativo, quase sempre acompanhado de autocrítica e sentimentos de culpa, vergonha, senso de indignidade e desamparo; perda de interesse no trabalho, sexo e atividades usuais, perda de espontaneidade; dificuldade de concentração; incapacidade de apreciar acontecimentos ou atividades agradáveis; e freqüentemente perda de apetite" (Gary R. Collins).

A Bíblia registra que a fé não nos impede de passar pela depressão. Alguns servos de Deus passaram pela depressão:

Jó: Por que não morri eu na madre? Por que não expirei ao sair de ia? (Jó 3.11).

Moisés: "Se assim me tratas, matame de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos..(Nm 11.15).
Noemi: "…Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-poderoso"(Rt 1.20).

Davi: Por que estás abatida, ó minha aLma? Por que te perturbas dentro de mim? (SI 42.5).

Jonas: Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver (Jn 4.3).

JESUS: "…A minha alma está profundamente triste até à morte…" (Mt 26.38).

No estudo de hoje, focalizamos a experiência de Elias: Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais (1 Rs 19.4). No caso de Elias não se configura um quadro de depressão crônica, mas um estado depressivo.

2. QUAIS AS CAUSAS DA DEPRESSÃO?

As causas são diversas. Estudos mostram que as principais causas são:

2.1. Influência de uma pré-disposição genética. Há pessoas que são depressivas por herança genética ou por hereditariedade. Quando um depressivo consulta um especialista, a primeira pergunta que o médico lhe faz é: há casos de depressão em sua família?

2.2. Tipo de personalidade. Pessoa perfeccionista, por exemplo, não admite falha ou erros em si mesmo, naquilo que faz e nas outras pessoas.

2.3. Vivência de situações difíceis, traumatizantes ou frustrantes. Acidente, morte de pessoa querida, divórcio, desemprego, são grandes causadores da depressão.

2.4. Devido a uma condição clínica (ou por causa do uso de determinados medicamentos). Que desequilibra a quantidade de serotonina e noradrenalina, neurotransmissores responsáveis pela comunicação dos neurônios.

2.5. Excesso de trabalho. O estresse do trabalho com uma agenda carregada de compromissos tem gerado a depressão, principalmente, nas grandes metrópoles.

2.6. Crise existencial. Há pessoas que, ao refletir sobre o sentido da vida, entram em depressão. Algumas são levadas até a tentativa de suicídio.

2.7. Problemas espirituais. A Bíblia declara que encobrir ou ocultar erros, opressão demoníaca e sentimento de culpa produzem estados de melancolia.

3. ANÁLISE DA VIDA DE ELIAS

Podemos aprender muito da vida e da experiência de Elias. Ele não é apenas um profeta, mas uma profecia. Sua experiência nos serve de instrução. Era homem de paixões como as nossas (Tg 5.17). Quais as causas de sua depressão?

3.1. Cansaço físico. O excesso de trabalho provoca o estresse. O profeta estava muito cansado com a excitação do Carmelo (1 Rs 18.46).

3.2. Carência de simpatia. "Eu fiquei só", exclama Elias (v. 14). A solidão de sua posição era chocante. Vivendo a sós com suas meditações, sentia a falta de amigos e de apoio humano. Então passou a aumentar autocomiseração e complexo de perseguição.

3.3. Carência de ocupação. Enquanto Elias teve o trabalho de profeta para realizar, mesmo difícil como tal, tudo ia bem. Achava-se útil. Para ele, porém, a sua ocupação acabou. Com a desmoralização pública de Baal e a morte dos seus 450 profetas, Elias entendeu que a idolatria em Israel chegara ao fim. A desgraça de um homem começa quando ele se acha inútil.

3.4. Desapontamento em suas expectativas de êxito. No Carmelo o grande objetivo pelo qual Elias vivera parecia a ponto de realizar-se. Os profetas de Baal foram mortos – Jeová foi reconhecido a uma só voz; a falsa adoração foi derrubada. O objetivo da vida de Elias – A transformação de Israel num reino de Deus – quase foi realizada. Em um só dia todo esse quadro brilhante foi aniquilado.

4. COMO TRATAR A DEPRESSÃO?

Após o diagnóstico, detectada a doença e a sua extensão, aplica-se o remédio. Deus é o Senhor da ciência e para a depressão já existem os remédios antidepressivos, cujo objetivo é fazer com que o humor volte ao normal. Um aliado da medicação é a psicoterapia.

No caso de Elias, não existiam os remédios antidepressivos. Ele recebeu um tratamento direto de Deus. E qual foi o tratamento dado por Deus para a depressão de Elias?

4.1. Tratamento físico. Deus reuniu as forças exauridas de Seu servo. Deus permitiu que ele dormisse e o alimentou com refeições miraculosas (w.5-8). O melhor remédio para a depressão é o descanso, alimentação equilibrada, repouso regular e atividade física.

4.2. Desabafo. Deus permitiu que ele desabafasse o seu pesar (v. 10). Muitas vezes, esse é o maior e imediato alívio. Elias expôs seu problema, e assim, acalmou a própria mente.

4.3. Mudança de ambiente. Andando sem parar, Elias chegou ao Monte Horebe (1 Rs 19.8). Há ambientes depressivos e há ambientes que ajudam a vencer a depressão.

4.4. Combate à autoridade. Deus o fez sentir a seriedade da vida. "Que fazes aqui Elias?" (v. 9). A vida é ação. O profeta estava atuando, mas lamentando-se. Tal voz se repete a todos nós, despertando-nos de nosso comodismo e da nossa falta de compromisso.

4.5. Restauração afetiva. Deus lhe contou Boas-novas: "Também conservei em Israel sete mil" (v.18). Você não está sozinho, Elias! Assim, pois, a vida de Elias não foi um fracasso afinal de contas!

4.6. Terapia ocupacional. Deus lhe deu mais trabalho para fazer (w. 15-17). Ungir outros, pelos quais os propósitos de castigo e de instrução do Senhor seriam efetuados. A melhor inspiração nas horas de depressão é receber mais responsabilidade das mãos de Deus, para ter sua vocação renovada.

4.7. Terapia espiritual. No seu desânimo ou depressão, Elias precisava renovar a sua visão de Deus (vv. 11-12). Deus se revela a Elias através de fenômenos naturais.

CONCLUSÃO

A depressão deve ser vista como uma enfermidade física e também espiritual. Para a primeira, encaminha-se a um médico especialista. A segunda pode ser curada pela Palavra de Deus.

O mais forte e mais santo fiel sobre a terra está sujeito a momentos de desânimo e depressão, e é bom saber, por via das Escrituras, que alguém esteve no Vale da Sombra da Morte. Crente também fica doente. Elias era um herói da fé, mas também era um "vaso de barro" (2 Co 4.7). E a sua experiência revela que nos momentos mais difíceis da vida, Deus ministra conforto aos seus servos.

O Centurião de Cafarnaum


 O Centurião de Cafarnaum

As distâncias geográficas não se reproduzem no mundo espiritual, Deus ouve orações feitas em todo e qualquer lugar e age sem limites de fronteiras.

Essa narrativa fala de um centurião romano que implora a Jesus para que cure seu criado. Ela é intrigante por muitos motivos, especialmente se considerarmos que os evangelistas Mateus e Lucas fazem relatos diferentes sobre "Jesus e centurião de Cafarnaum". Em Lucas lemos que a comunicação de Jesus com o centurião acontece à distância, via anciãos. Em Mateus se lê: "Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião implorando: Senhor, meu criado jaz em casa de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus disse: Eu irei curá-lo" Mt 8:5-7. Aqui o centurião parece ter estado pessoalmente com Jesus. Há contradição entre Mateus e Lucas? Não há. Marcos omite as idas e vindas dos mensageiros anciãos que serviram de interlocutores para com Jesus e resume toda história, enfatizando a essência do diálogo.
 
Sobre centuriões romanos
No exército romano, a maior unidade era uma legião composta de 6.000 homens. Cada legião era dividida em dez coortes de 600 homens cada, e cada grupo tinha seis divisões de 100 cada. Estes foram chamados de "séculos", com um centurião sobre cada um. Um destes séculos foi posto em ou perto de Cafarnaum, e ao longo deste século, o centurião sem nome da passagem Bíblica, estava no comando pleno. Ele era o chefe romano de uma grande área, tinha prestígio e autoridade. Até mesmo os anciãos dos judeus estavam sob sua jurisdição.

Fé e obras de um soldado romano
Me chama atenção a grande influência desse centurião entre os judeus, deveria ser um homem honrado em seu viver a ponto de conquistar muitos amigos, eu diria que era um diplomata conciliador, não poderia ser diferente: sendo romano tinha o respeito dos judeus e  apesar do importante cargo, demonstrava cultivar estreita amizade com seu criado, sinal de humildade.

Sobre ele, falam a Jesus: "Ele é digno de que faças isso, porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou sinagoga" Mt 7:4-5

Percebam que Jesus não ficou impressionado com as grandes obras realizadas pelo centurião, Ele não disse: ooohhh como ele é importante, quantos bens tem feito nesta nação!! O que fez com que esse centurião recebesse lugar de destaque nos Evangelhos foi: ele era um homem de extraordinária fé! Isso arrancou elogios de Jesus. Se há algo que move Jesus em nossa direção é a fé que temos Nele.

Um x na questão
O "x" é uma incógnita na matemática cujo valor desconhecido pode variar de acordo com a equação. E esse "x" estava para mim na passagem sobre o centurião romano, tal qual estava nos problemas matemáticos. Me intrigou o fato de ele não querer a presença de Jesus em sua casa: " Senhor, não sou digno de que entres em minha casa. Por isso eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo..." Lc 7:6-7.

Por tantas vezes Jesus esteve em casa de pecadores, ele mesmo afirmou que não veio para os sãos, mas para os doentes ( Mt 9:12). Se o centurião não se julgava digno de estar com Jesus, seria esse um bom motivo para que Jesus o visitasse. Eram dois doentes a serem curados: o chefe e o criado. Mas o problema era que a estadia de Jesus na casa do centurião, poderia acarretar consequências para ambos. Os israelitas eram proibidos por lei de ter contato pessoal com pessoas de outra nação (Atos 10:28).

Transgredir a lei era um perigo para Jesus já que os fariseus viviam a procurar motivos para prendê-lo, acusá-lo. Jesus porém, sempre agia de forma a colocar as necessidades humanas como prioridade e iria curar o servo do centurião mesmo que isso provocasse a fúria dos judeus. O centurião, porém, preferiu evitar contendas, não se achou digno de ser a causa da discórdia entre Jesus e fariseus.



Sob esse prisma, fica compreensível a recusa do centurião sobre Jesus ir até sua casa. Esse ato de obediência a lei acabou resultando em grande testemunho!

A certeza do que se não vê
" Dize somente uma palavra e o meu criado será curado, porque eu também sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens, e digo a este vai e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto e ele o faz" Lc 7: 7-8.

Uma Palavra de Jesus era tudo que o centurião queria. Uma Palavra de Jesus é o que basta para transformar toda uma situação, mudar uma vida, ressuscitar um morto (literalmente e metaforicamente falando). Esse homem verdadeiramente demonstrou o que é viver pela fé. Ele não precisou ver Jesus, tocá-Lo, para acreditar que Ele realizaria o milagre.

O centurião era conhecedor da autoridade e poder de Jesus que já havia realizado outros milagres em Cafarnaum. Ele também sabia, com a experiência que seu cargo de oficial permitia, que não era necessária sua presença para que suas ordens fossem cumpridas. E se ele reconhecia em Jesus o Messias, ele sabia que o mundo físico e espiritual, estavam sujeitos a Ele. Em qualquer lugar ou circunstância.

E o servo é curado
"Ouvidas essas Palavras, admirou-se Jesus dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta. E, voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o servo" Lc 7:9:10

Os judeus não estavam acostumados a ouvir comentários assim sobre os gentios. Estes eram considerados inferiores mesmo se comparados ao menor dos judeus. A declaração de Jesus deixa todos igualmente surpresos pois aponta para a inclusão dos gentios no Reino de Deus.

Entre dia e noite, céu e terra, tempos e tempos Deus realiza Sua obra. Uma obra que se abriga no coração dos homens em todas as nações,  que se movimenta através da fé simples (porém profunda) na Palavra de Deus, no Nome do Senhor Jesus!

As distâncias geográficas não se reproduzem no mundo espiritual. Não há cercados, fronteiras, passos, metros, altura ou profundidade que impeçam a ação da Palavra, Ela executa aquilo pelo qual foi enviada. O centurião não precisou ver a Jesus, mas acreditou que Sua Palavra poderia curar o criado como se Ele próprio estivesse ali, tocando o corpo fraco e doente do rapaz.

Cafarnaum nos ensina que o mais influente dos homens necessita clamar por Jesus nos "caminhos de Cafarnaum". Também aprendo que todo líder necessita de seus liderados para realizar suas ações, metas.

Cafarnaum pode ser uma incógnita, um lugar onde as leis dos homens tentam impedir a visitação de Jesus. Em quantos lugares do mundo hoje o Evangelho está proibido por lei de adentrar às portas da cidade? A lei proibia a estadia de Jesus na casa do gentio centurião, mas pela graça Ele esteve lá. Ele era a Própria Palavra enviada através dos anciãos! Pela graça Jesus não só visita, mas faz morada nos corações dos homens que vivem sob severas leis de perseguição do Evangelho.

A Palavra é livre e da mesma forma liberta escravos em todas as direções. Apóstolo Paulo, em carta aos Tessalonicenses afirma: “ Estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a Palavra de Deus não está algemada” 2:9. Por essa razão poderemos clamar por Jesus de qualquer lugar do mundo não há limites para Seu agir!

Cafarnaum nos ensina que nosso julgamento a respeito das pessoas pode ser completamente equivocado em assuntos de relacionamento com Deus. Os gentios eram considerados inferiores aos judeus em todos os sentidos, Jesus porém declara que a fé do centurião é algo extraordinário, raro de se ver entre os judeus. O sentimento de superioridade e exclusivismo era comum em Israel : nação eleita, povo escolhido. Será que isso não se repete entre os cristãos?

O segredo do centurião estava em sua fé e humildade,  na certeza de que Jesus era capaz de ordenar a cura e nenhum outro poderia fazer o mesmo. É interessante perceber que os anciãos dos judeus, sendo versados no judaísmo, não se negam a cumprir o pedido do centurião. Eles foram ao encontro de Jesus com fé própria ou apenas como mensageiros de um homem de fé? Eles não eram soldados, mas amigos que voluntariamente se dispuseram a ajudar. Eis aqui o que um fervoroso coração pode fazer: alcançar vidas, influenciar pensamentos, ações. Os anciãos não foram meros espectadores do milagre, mas participantes. Eles rogaram a Jesus pelo amigo, oraram  por ele. Eis também aqui a importância da oração.

Assim como aquela Palavra dada por Jesus foi de encontro ao servo do centurião, devolvendo-lhe a saúde, que essa Palavra produza os resultados para o qual Deus a enviou.

As Bençãos e os Perigos da Internet Para o Cristão


As Bençãos e os Perigos da Internet Para o Cristão

“..julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal. ” (1 Ts 5:21-22 RA)

Introdução
Segundo o site Globo.com, o total de usuários de internet ativos no Brasil, que acessam a rede em casa ou no trabalho, chegou a 43,2 milhões em 2011. Este número corresponde àqueles que acessam regularmente a Internet.


No total porém, o número de pessoas com acesso à internet no Brasil, atingiu 73,9 milhões, segundo o Ibope. São contados acessos em domicílios, trabalho, escolas, lan houses e outros locais.

Neste cenário perguntamos sobre como é que o servo de Deus deve encarar este novo meio de comunicação? Algumas pessoas o consideram uma ferramenta do Diabo. Outros vêem a Internet como uma oportunidade para comunicar com outras pessoas, até sobre os assuntos mais importantes, os que vêm da palavra do Senhor. O propósito deste artigo é tentar colocar em perspectiva a Internet, considerando alguns princípios bíblicos que devemos lembrar quando avaliamos e usamos essa rede internacional.

O que é a Internet?
A Internet nada mais é do que um sistema de comunicação de informações, em que vários computadores são usados para comunicar, um com o outro, transmitindo qualquer tipo de informação que pode ser armazenada eletronicamente. Palavras, sons e imagens (fotografias e vídeos) podem ser transmitidos por uma simples ligação telefônica. Assim, a Internet é atualmente, um dos mais eficientes meios de comunicação da atualidade.

A Internet facilita a comunicação
Qualquer coisa boa que pode ser comunicada entre seres humanos vai longe com grande facilidade pela Internet. Ela serve como ferramenta poderosa para manter contato entre parentes e amigos separados por grandes distâncias. É útil na pesquisa educacional, profissional e até religiosa, pois oferece acesso rápido a muitos textos e imagens de todos os cantos do mundo. Este artigo que você está lendo apareceu na Internet antes de ser distribuído pelo correio na edição tradicional do boletim. Notícias de qualquer lugar no mundo chegam em poucos instantes, permitindo um contato maior entre pessoas.

A capacidade de se comunicar com palavras é um presente que Deus deu aos homens desde a criação do primeiro casal. Tudo que a Bíblia fala sobre o uso da língua deve ser aplicado à comunicação pela Internet. "Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. . . . Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem" (Efésios 4:25,29). "Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar; tardio para se irar…. Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã." (Tiago 1:19,26).

Sabemos que a língua é difícil de controlar e que ela facilmente machuca outras pessoas (Tiago 3:1-12). A Internet apresenta uma tentação enorme para quem não aprendeu segurar a língua. Qualquer mensagem, mesmo mentiras, fofocas, e falsas acusações, pode chegar ao outro lado do mundo em meros segundos. E, pior que a conversa particular ou por telefone, neste ponto a Internet facilita a comunicação a centenas ou milhares de pessoas em poucos instantes.

Alguns perigos da Internet
Qualquer coisa que o homem pode imprimir no papel pode ser colocada na Internet. Pesquisas, literatura, notícias, etc. se encontram na Internet. Mas, há alguns perigos neste aspecto da rede.

1) Qualquer pessoa pode colocar suas idéias na Internet. No passado, a comunicação de idéias ao público era privilégio das poucas pessoas com influência ou recursos para imprimir suas publicações ou produzir programas de televisão ou rádio. Hoje, qualquer pessoa pode comunicar pela Internet, mesmo as pessoas que não têm nenhum conhecimento dos assuntos tratados. (Veja Atos 17:11).

2) A censura da Internet é praticamente impossível. Com mais de 3,5 milhões de sites (locais onde pessoas podem procurar informações) e 200 milhões de usuários no mundo inteiro, cada um é capaz de colocar suas idéias na frente de outras pessoas (Época, 20/12/99, página 93), e assim não existe governo capaz de controlar o conteúdo da Internet. Esse fato tem seu lado bom, em saber que ninguém pode suprimir artigos como este. Mas, ao mesmo tempo, há muitas coisas erradas facilmente disponíveis na rede. Há milhares de sites que incentivam inimizade, violência, imoralidade, rebelião, adoração ao Diabo, etc. Correio eletrônico (e-mail) e sites de bate-papo podem ser usados por pessoas maldosas com intenções impuras ou criminosas.

3) A disponibilidade de muitas informações, quase de graça, convida o usuário a ficar viciado na rede. Tempo que deveria ser usado para orar, estudar a Bíblia, louvar ao Senhor, estar com a família e com outras pessoas acaba sendo gasto na frente de uma tela de 14 polegadas.

4) A Internet pode contribuir à solidão. Parece engraçado! Uma ferramenta que abre portas de comunicação com o mundo inteiro acaba, muitas vezes, criando mais isolação e solidão. Na segurança do próprio lar, uma pessoa pode se comunicar com muitos sem ter contato pessoal com ninguém. Deus nos criou como seres sociais, precisando de contato com outras pessoas. Por isso, ele nos deu o casamento, a família e a igreja. Nós precisamos de outras pessoas. Uso descontrolado da Internet rouba as pessoas deste contato essencial com outros.

Sugestões para o uso da Internet
A melhor sugestão sobre o uso da Internet foi feita mais de 1.900 anos antes dela! Paulo, um dos apóstolos do Senhor, disse: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8). Seria bom se tivesse como colar este versículo do lado do monitor de cada computador no mundo. Este mandamento de Deus exige uma preocupação da nossa parte quando assistimos à televisão, escutamos música ou entramos na Internet. Mas, de todos esses meios de comunicação, é a Internet que exige mais cuidado. Algumas sugestões:

1) Pais devem sempre supervisionar o uso da Internet por crianças e jovens. Pesquisas mostram que qualquer pessoa, até uma criança, pode acessar textos, imagens e conversas absolutamente horríveis, sem pagar nada. Existem programas para facilitar os esforços dos pais a controlar o acesso dos filhos aos sites inapropriados, mas não há garantia que sempre conseguem identificar e bloquear as coisas erradas. Uma boa regra é de não deixar os filhos usar a Internet se não tiver um dos pais presente supervisionando. Procure sempre acompanhar o que seus filhos fazem na Internet.

2) Qualquer usuário deve controlar seu tempo na rede, nunca deixando de fazer as coisas mais importantes. Enquanto a Internet oferece coisas que podem ajudar no estudo da Bíblia, ninguém deve se enganar pensando que tempo navegando de um site para outro é tempo investido no estudo das Escrituras. Clique em "desconectar" e abra a sua Bíblia! "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Efésios 5:15-16).

3) Mantenha o computador de sua família num lugar aberto e acessível. "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas, porque tudo que se manifesta é luz" (Efésios 5:11-13). Se um televisor no quarto de jovens ou crianças é perigoso, imagine o perigo muitas vezes maior de um computador, ligado à Internet, no quarto de alguém que ainda não tem maturidade para se controlar. Esta sugestão não aplica somente aos jovens. Muitos casamentos já foram estragados pelo acesso fácil à pornografia na rede, ou pela facilidade de começar um caso extra-conjugal pelo e-mail.

4) Continue se comunicando com sua família. Não deixe as maravilhas da tecnologia roubarem sua família do precioso dom de comunicação que Deus deu para todos nós. Desligue o sistema de som, o televisor, e o computador e fale com sua família. Ensine seus filhos; ouça a sua esposa ou o seu marido; ore com sua família; estude a Bíblia juntos. 3.500 anos atrás, Deus pediu que os pais falassem com os filhos sobre a palavra dele "assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te" (Deuteronômio 6:7). Este conselho é bom para hoje, também.

Conclusão
Deus criou a comunicação humana para o nosso bem. Desde Gênesis 3, o Diabo tem pervertido este dom de Deus para envolver o homem no pecado. A Internet é um meio de comunicação. Pode ser pervertido pelos servos de Satanás, ou se bem empregado, pode ser um instrumento de benção nas mãos dos servos de Deus, usado para ganhar vidas para Cristo.