sábado, 9 de março de 2019

Qual a diferença entre padre diocesano e padre religioso?

Qual a diferença entre padre diocesano e padre religioso?

duvidas religiosas logoAntes de tudo, cabem algumas questões referentes a todo sacerdote, seja ele religioso consagrado (regular) ou diocesano (secular).
O Diretório para o Ministério e a Vida do Presbítero, de 1994, publicado pela Congregação para o Clero elenca uma série de elementos que mostram como deve viver aquele que se dispõe a servir a Igreja através do sacramento da Ordem. Três desses elementos podem ser destacados:
1) Comunhão com Cristo na oração: “É necessário que o presbítero programe a sua vida de oração: a Celebração Eucarística; a confissão; a celebração da Liturgia das Horas, a lectio divina; os retiros Espirituais; a prática das devoções populares”.
2) Testemunho: “A atividade ministerial deve ser uma manifestação da caridade de Cristo, da qual o presbítero saberá exprimir em atitudes e comportamentos, até a doação total de si em benefício do rebanho que lhe foi confiado”.
3) Guia da comunidade: “Pastor da comunidade, o sacerdote existe e vive para ela; por ela reza, estuda, trabalha e se sacrifica; por ela está disposto a dar a vida, amando-a como Cristo, dirigindo para ela todo o seu amor e a sua estima.”
Ser sacerdote é estar em profunda comunhão com Deus, a serviço do povo e disposto à realização dos sacramentos que lhe são confiados. Tendo visto aquilo que é comum, podemos analisar, agora, quais são as diferenças, entre o sacerdote diocesano e o religioso consagrado que é também padre.
padre diocesano está incardinado numa Igreja particular (Diocese) que, por sua vez, tem uma área territorial bem específica e definida. Ele está sob os cuidados e orientação direta do Bispo diocesano. Tem como missão primordial o trabalho paroquial e a comunhão com o clero local. Podem ter propriedade, salário, não vivem em comunidade, e dependem apenas de seu Bispo.
Por outro lado, existem os religiosos (frei, dom, monge) padres. Esses, antes do sacerdócio, assumem a vocação à vida religiosa consagrada e fazem os votos evangélicos de pobreza, obediência e castidade. Sua obediência está diretamente ligada ao superior da Ordem religiosa à que pertence ouda comunidade onde vive, seja ela redentorista, franciscana, agostiniana, etc. O território da missão do religioso consagrado padre é mais ampla que uma diocese, visto estar a serviço da sua Ordem ou Congregação. Porém, quando estiver exercendo seu sacerdócio dentro de uma determinada diocese deve seguir as orientações do bispo local. Os religiosos assumem os trabalhos em fraternidade.
 Fonte: https://www.a12.com

O que é vocação?



O que é vocação?

Ao nos depararmos com a palavra vocação, geralmente ligamos logo essa palavra com as imagens de padre e freira, ou até mesmo a confundimos com a escolha profissional, porém, são duas coisas diferentes.
Na verdade, o significado da palavra vocação é bastante amplo e tem sua origem no verbo latino vocare, que significa “chamar ou chamamento”No âmbito religioso, trata-se de um chamado que provém da boca Daquele que tudo criou pela força de sua Palavra: Deus. Portanto, compreender a vocação como um dom é reconhecer que, em todas as circunstâncias, Deus nos chama a viver e realizar seu projeto de amor.
Vocação é dizer SIM a Deus, pela fé, descobrir o próprio lugar no mundo, na Igreja de hoje e no serviço aos irmãos. Para descobrir bem este projeto de Deus se faz necessário fazer um discernimento.

Discernimento Vocacional

Diante das diversas opções vocacionais que a vida cristã oferece, é importante que os/as jovens façam um discernimento para descobrir qual é a vocação a qual se sente chamada/o por Deus. No início da juventude nem sempre se tem clara esta opção, por isso é necessário conhecer os diversos caminhos.
A palavra discernimento significa “colocar à parte, dividir ou separar; é conhecer ou ver distintamente, avaliar, fazer a distinção entre duas ou mais coisas”, ou seja, “escolher, tomar uma decisão diante de algumas opções”. É importante que o discernimento não seja feito sozinho, faz-se necessário deixar-se ajudar por um guia espiritual ou orientador vocacional, isto é: uma pessoa com mais experiência de vida e caminhada de fé. A partir do diálogo com essa pessoa, é possível perceber melhor na própria experiência de vida e de fé os sinais de Deus. Sinais estes que se revelam por meio de acontecimentos concretos do cotidiano, de situações sociais e eclesiais que levam a pessoa a dar uma resposta, colocando-se livremente à disposição de Deus para  fazer algo que corresponda ao seu projeto.

Algumas perguntas para ajudar no seu discernimento:

  1. O que desejo para minha vida?
  2. O que penso em relação ao meu futuro?
  3. Quais são as dúvidas mais constantes em relação à minha escolha vocacional?
  4. Sou consciente de que só encontrarei o verdadeiro sentido para a minha vida correspondendo ao projeto que Deus tem para mim?
DEUS TEM UM PROJETO DE AMOR PARA VOCÊ!
Como você pode descobrir o projeto de Deus para você?
Abra-se e arrisque!
Conheça a seguir as diversas vocações.

 Vocação fundamental: chamado à vida

A vocação à vida é o chamado que precede todos os demais. Deus, em seu infinito amor, modelou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, os chamou à vida, para que, na liberdade de filhos e filhas, fossem continuadores/as da sua criação.
O ser humano, ao ter consciência de que toda a vida é dom de Deus, é chamado a ser corresponsável pela promoção da vida e a corresponder a esse convite desenvolvendo-se na relação consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com o próprio Deus.

Vocação cristã

Pelo Batismo toda pessoa recebe, pela fé de seus pais e padrinhos, seu segundo chamado: o de ser cristão. À medida que a pessoa cresce e toma conhecimento da própria fé, aos poucos assume uma identidade que a caracteriza como seguidora do próprio Cristo. Consequentemente, a pessoa é chamada a aderir à missão de Jesus, para ser sinal do Reino e comunicação da Boa-Nova do Evangelho. Cada pessoa vive e realiza a vocação cristã na família, na sociedade e na comunidade eclesial à qual pertence. O Batismo é considerado fonte de todas as vocações, porque é a partir dele que o cristão viverá uma vocação específica que pode ser: a vocação à vida matrimonial, a vocação à vida religiosa consagrada, a vocação à vida sacerdotal e a vocação do cristão leigo.

Vocação à vida matrimonial

É a vocação do amor que se realiza na relação entre o homem e a mulher. No amor de Deus, o casal é chamado a edificar o amor conjugal para formarem uma família. Constituem, assim, uma íntima comunidade de vida para realizarem a missão da maternidade e da paternidade, onde o lar se torna uma pequena Igreja na qual se vive, partilha e transmite os valores humanos e cristãos. A família é o berço de todas as vocações.

Vocação à vida consagrada

A vida religiosa consagrada é uma vocação para homens e mulheres que se sentem chamados por Deus para viver a radicalidade de seu Batismo, dedicando toda a sua vida, seu tempo, suas forças e capacidades para o serviço aos irmãos, diante das mais variadas necessidades do ser humano, hoje. Vivendo em comunidade, têm como primeira regra a vivência do Evangelho, testemunhando o amor fraterno. Propõem-se a seguir Jesus Cristo, assumindo seu modo de viver casto, pobre e obediente, assumindo com liberdade este estilo de vida, para, assim, estarem disponíveis a realizar uma missão na Igreja e na sociedade atual, segundo um carisma específico.

Vocação à vida sacerdotal

A vocação à vida sacerdotal é voltada aos homens que sentem o chamado a serem continuadores da missão de Cristo, recebendo o sacramento da ordem, a fim de se colocarem totalmente a serviço do povo de Deus. A missão do sacerdote tem como inspiração a imagem de Jesus Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas para orientá-las, introduzi-las e animá-las na vida da fé e da comunidade. O padre também tem a missão de denunciar as injustiças, os falsos valores, para favorecer a vida nas suas mais diversas dimensões.

Vocação do cristão leigo

Todo cristão leigo casado ou solteiro vive e corresponde à sua vocação sendo sinal de Cristo e do seu Evangelho no meio do mundo. Podem desempenhar atividades diversas na Igreja e no mundo, sejam elas no âmbito da educação, da política, da comunicação social, do comércio, da arte etc. Independentemente da missão que vive e realiza, ele é também chamado a trilhar um caminho de desenvolvimento humano e de santificação pessoal no meio da família e da sociedade.

Tempo litúrgico: Quaresma.

[Artigo] Tempo litúrgico: Quaresma – Neuza Silveira, Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte

Mesmo no meio da correria de todos os dias, de todos os anos, de todos os tempos, a quaresma é uma motivação para se aprofundar no sentido do viver cristão, de se pôr em atitude de escuta mais profunda aos apelos do Senhor.

A quaresma não é tempo de melancolia, mas tempo de penitência e reconciliação. Chamados ao perdão, capaz de concedê-lo totalmente assim como Jesus o fez, até mesmo na cruz. Aprendamos com Ele: dar o perdão em nome da lei de Deus para que ele seja apreciado pelo Pai. Perdoar sempre, de coração, 77 vezes 7vezes (Mt 18,21; Lc 17,4).
A quaresma é tempo de dar atenção, não ás aparências e superficialidades, mas ao mais interno de nossas vidas: ao coração: às abstinências, jejuns, esmola e outras práticas comuns de nossa tradição. Jesus deixou boas lições para nós e nos convida a viver de coração aberto; não basta a luz. É preciso a cruz. Somos chamados a entender a lógica da cruz para que a vida caminhe bem.
A quaresma é tempo que nos é concedido para nos despertar para a realidade que vivemos e ser possível reconhecer nela as injustiças sociais e nelas escutar o chamado do Senhor para nele e com ele poder ajudara aos irmãos que nele crê. A quaresma é tempo propício para deixar ressoar em nós o apelo do Papa Francisco que diz: “Vivei a mística do encontro em meio à cultura da indiferença” Para ele, viver a fé é viver a beleza de um encontro. É aprofundar a experiência de comunhão com Jesus, fazendo memória dos mistérios de sua vida, em oração, e se propondo a uma vida de solidariedade com todos aqueles que, no percurso de sua vida, deseja viver com Cristo.

A penitência é um tesouro da espiritualidade crista.
A prática dos atos penitenciais pode ser individual ou privada e podem também ser acompanhados pela comunidade. O importante é a chama de consciência das falhas cometidas e mudança de vida, transformação, ou seja, metanoia. Isto quer dizer que não é apenas uma mudança no comportamento moral, mas ao mesmo tempo, a entrada numa nova realidade. O perdão dos pecados e a comunhão de vida com Cristo são considerados um dom de Deus sem proporções com o esforço do homem. A conversão pode ir caminhando lado a lado com os sinais de tristeza pelos pecados cometidos (Mt 26,75) da mesma forma, a confissão dos pecados: ela permanece no batismo de João (Mt 3,6; Mc 1,5), nas parábolas de Jesus (Lc 15,21; 18,13) e na vida da comunidade cristã (Tg 5,16; 1Jo 1,9).

O Novo Testamento também nos fala de Jejum: Mt 4,2, At 3,2-3 (os primeiros cristãos); Os frutos dignos de arrependimento (Mt 3,8; Lc 3,8, At 25,20) não são ações de penitência, mas um comportamento conforme a atitude interior de conversão. Jesus nos ensina e nos convoca para ajudar ao próximo conforme ele mesmo fez possibilitando-nos a compreensão de que o critério para entrar no Reino de Deus não é o que cada pessoa faz ou deixa de fazer para Deus, mas o que ela faz ou deixa de fazer para as outras pessoas. O importante na prática do jejum e esmolas aos necessitados está subentendido todas as ações direcionadas aos famintos, indefesos e marginalizados. Sem essa consciência, a quaresma pode se tornar infrutífera, um conjunto de ritos vazios, tristes, sem ligação com mistério da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Lembra-nos a quaresma que Deus quer conversar ao nosso ouvido, conduzir-nos pela mão, nos oferecer o banquete dos reconciliados. Mas Ele precisa da nossa resposta livre, do nosso amém ao Seu amor oferecido.
Vamos nessa quaresma promover o encontro com Jesus, nesses quarenta dias de deserto: o encontro consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com Deus em si e nos outros. Caminhar juntos em favor da vida.

Neuza Silveira de Souza
Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.