Por que, ao invés de atingir os egípcios com um único golpe,
Deus optou por um processo gradual e crescente?
Por que foram necessárias Dez
Pragas?
Cada praga foi conseqüência direta
de uma ação específica e equivalente mau-trato, tortura ou crueldade
perpetrados pelos egípcios contra os Filhos de Israel. A Justiça Divina
determinara que os egípcios deveriam ser punidos "medida por
medida" pelas crueldades cometidas contra Seu Povo. Além do mais,
a sucessão de pragas e os avisos que as precederam eram necessários para dar ao
Faraó a oportunidade e o tempo de reconsiderar suas ações, arrependendo-se da
crueldade perpetrada contra os judeus. Somente após o rei do Egito ter "endurecido
seu coração" e, repetidamente, se recusado a libertar o povo
judeu, as portas do arrependimento finalmente se fecharam.
Às vezes, o castigo que Deus impõe
a quem cometeu um grave pecado é privá-lo da possibilidade de se arrepender.
Este é o significado da expressão usada na Torá,
"Endurecerei o coração do Faraó".
1 - Águas em Sangue: Os
egípcios tributavam honras divinas ao rio Nilo, e reverenciavam-no como o
primeiro dos seus deuses. Diziam que ele era o rival do céu, visto como regava
a terra sem o auxílio de nuvens e de chuva. O fato de se tornar em sangue a
água do sagrado rio, durante sete dias, era uma calamidade, que foi causa de
consternação e terror. (Ex 7.14...)
2- A praga das rãs:
Na praga das rãs foi o próprio rio sagrado
um ativo instrumento de castigo, juntamente com outros dos seus deuses. A rã
era um animal consagrado ao Sol, sendo considerada um emblema de divina
inspiração nas suas intumescências. O repentino desaparecimento da praga foi
uma prova tão forte do poder de Deus, como o seu aparecimento. (Ex 8.1...)
3- Piolhos:
A praga dos piolhos foi particularmente uma coisa
horrorosa para o povo egípcio, tão escrupulosamente asseado e limpo. Dum
modo especial os sacerdotes rapavam o pelo de todo o corpo de três em três
dias, a fim de que nenhum parasitos pudessem achar-se neles, enquanto serviam
os seus deuses. Esta praga abalou os próprios magos, pois que, em conseqüência
da pequenez desses insetos, eles não podiam produzi-los pela ligeireza de mãos,
sendo obrigados a confessar que estava ali o "dedo de Deus" (Ex
8.19).
4- Moscas:
As três primeiras pragas sofrem-nas os egípcios
juntamente com os israelitas, mas por ocasião da separou Deus o povo que tinha
escolhido (Ex 8.20-23). Este milagre seria, em parte, contra os sagrados
escaravelhos, adorados no Egito.
5- Peste no gado:
A quinta praga se declarou no dia seguinte, em
conformidade com a determinação divina (Ex 9.1).
Outra vez é feita uma distinção entre os egípcios e os seus cativos. O gado dos
primeiros é inteiramente destruído, escapando à mortandade o dos israelitas.
Este milagre foi diretamente operado pela mão de Deus, sem a intervenção de
Arão, embora Moisés fosse mandado a Faraó com o usual aviso.
6- Úlceras e tumores:
(Ex 9.8) A sexta praga mostra que, da parte de Deus,
tinha aumentado a severidade contra um monarca obstinado, de coração pérfido. E
aparecia agora também Moisés como executor das ordens divinas; com efeito,
tendo ele arremessado no ar, na presença de Faraó, uma mão cheia de cinzas,
caiu uma praga de úlceras sobre o povo. Foi um ato significativo. A dispersão
de cinzas devia recorda aos egípcios o que eles costumavam fazer no sacrifício
de vítimas humanas, concorrendo o ar, que era também uma divindade egípcia,
para disseminar a doença.
7- A Saraiva:
(Ex 9.22) Houve, com certeza. algum
intervalo entre esta e a do nº 6, porque os egípcios tiveram tempo de ir buscar
mais gado à terra de Gósen, onde estavam os israelitas. É também evidente que os
egípcios tinham por esta ocasião um salutar temor de Deus de Israel, e a tempo
precaveram-se contra a terrível praga dos trovões e da saraiva. (Ex 9.20).
8- Os gafanhotos:
Esta praga atacou o reino vegetal. Foi um castigo
mais terrível que os outros, porque a alimentação do povo constava quase
inteiramente de vegetais. Nesta ocasião os conselheiros de Faraó pediram com
instância ao rei que se conformasse com o desejo dos mensageiros de Deus,
fazendo-lhes ver que o país já tinha sofrido demasiadamente (Ex 10.7). Faraó
cedeu até certo ponto, permitindo que somente saíssem do Egito os homens; mas
mesmo isto foi feito com tão má vontade que mandou sair da sua presença a
Moisés e Arão (Ex 10.7-11). Foi então que uma vez mais estendeu Moisés o seu
braço à ordem de Deus, cobrindo-se a terra de gafanhotos, destruidores de toda
a vegetação que tinha escapado da praga da saraiva. Outra vez prometeu o
monarca que deixaria sair os israelitas, mas sendo a praga removida, não
cumpriu a sua palavra.
9- Três dias de escuridão:
A praga das trevas mostraria a falta de poder do deus
do sol, ao qual os egípcios prestavam culto. Caiu intempestivamente a nova
praga sobre os egípcios, havendo uma horrorosa escuridão sobre a terra durante
3 dias (Ex 10.21). Mas, os israelitas tinham luz nas suas habitações. Faraó já
consentia que todo o povo deixasse o Egito, devendo contudo, ficar o gado.
Moisés, porém rejeitou tal solução. Sendo dessa forma a cegueira do rei,
anunciou a última e a mais terrível praga que seria a destruição dos
primogênitos do Egito (Ex 10.24-11.8). Afastou-se Moisés irritado da presença
de Faraó cujo coração estava ainda endurecido (Ex 11.9,10).
10- A morte dos primogênitos:
Foi esta a última e decisiva praga (Ex 11.1). E
foi, também, a mais claramente infligida pela direta ação de Deus, não só
porque não teve relação alguma com qualquer fenômeno natural, mas também porque
ocorreu sem a intervenção de qualquer agência conhecida. Mesmo as famílias,
onde não havia crianças, foram afligidas com a morte dos primogênitos dos
animais. Os israelitas foram protegidos, ficando livres da ação do anjo
exterminador, pela obediência às especiais disposições divinas.
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