domingo, 2 de agosto de 2015

A polêmica da rede social “gospel”

A polêmica da rede social “gospel”
A rede social FaceGlória têm gerado muitos comentários nos últimos meses, e isso chamou a atenção de Mark Zuckerberg, criador do Facebook. Por meio do escritório de advocacia de seu empresa, Danneman Siemsen Advogados, Mark solicitou, por meio de notificação extrajudicial enviada em 1° de julho, que os criadores da nova rede social “redirecionem usuários para outro sítio na Internet, que não se confunda com o Facebook, ou seja, não contenha os termos FACE ou BOOK, qualquer logo de propriedade do Facebook, ou utilize qualquer estilização ou aparência que possa criar risco de associação com a rede social Facebook”.
A ideia do FaceGlória surgiu em 2012 e só seria lançada ao público oficialmente em outubro deste ano, mas a Marcha para Jesus em São Paulo em junho foi usada como evento de lançamento do site, que conta agora com o apoio de figuras evangélicas como Aline Barros e Bruna Karla. A rede social tem a proposta de ser uma alternativa ao Facebook, o qual desagrada muitos cristãos, pela quantidade de conteúdo cheio de palavrões, pornografia e violência. “O Facebook é muito liberal, tem muita baixaria, promiscuidade, e isso desagrada as famílias”, disse Átilla Barros, um dos criadores da rede social.
O escritório de advocacia Danneman Siemsen exige uma resposta “dentro de 7 dias”, período após o qual se sentirá livre para “adotar as medidas que julguemos convenientes para defender os direitos de propriedade industrial e a reputação da marca do nosso cliente”. Acir Filló dos Santos, prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP) e idealizador do site, no entanto respalda o FaceGlória na lei brasileira, visto que o registro da marca foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) em fevereiro de 2012.
Acir também está envolvido em outra discussão com Mark Zuckerberg em relação ao “FaceBarça”, cuja solicitação de registro de marca foi enviada ao órgão relativo ao Inpi na Espanha em abril e tem esta segunda (13) como data limite. A página é declarada como serviço de telecomunicações e já existe na Internet, porém sem conteúdo. Zuckerberg não concorda com a tentativa de registrar o domínio e por meio de seu equipe jurídica, pede que Acir desista da ideia.
Os criadores do FaceGlória afirmam que a rede social é aberta a todos os públicos, no entanto, existem restrições de conteúdos, os quais devem obedecer a conduta cristã. Apesar disso, como garantir que o FaceGlória não se torne também uma rede social mundana que de nada vai se diferenciar do Facebook, contribuindo apenas para contaminar a imagem cristã?
“Alguns evangélicos optaram pelo “FaceGlória” pelo fato de que adoram viver em guetos. Quanto a mim, estou fora, mesmo porque, rejeito o dualismo promovido pelos apedeutas da fé.”, declara o Pastor Renato Vargens.
O Pastor Euder Fabor, presidente da VINACC (Visão Nacional para a Consciência Cristã), também manifestou sua opinião sobre a rede social: “Temos que ter cuidado para não nós transformar num gueto, e terminar falando do evangelho para nós mesmos, ao invés de também falar para o mundo todo. A vantagem do Facebook é podermos falar com um público não cristão. Por outro lado, eu vejo a criação do FaceGlória como uma resposta ao próprio Facebook, que promove o preconceito contra a defesa da família e de outros valores bíblicos, e em muitas ocasiões tem castrado a liberdade de expressão de muitos cristãos, os quais tentam se posicionar contra a prática homossexual, ao casamento gay e afins. Sou a favor da criação de uma rede social alternativa ao Facebook, mas não acho que ela deve se voltar somente a evangélicos, mas sim a todas as pessoas, funcionando com base nos princípios cristãos”.
Acir dos Santos criou uma rede social que em tese tem o objetivo de formar um ambiente não nocivo a fé cristã, onde todos os evangélicos possam interagir sem estar sujeitos à malícia presente no site de Zuckerberg. Porém o FaceGlória se baseia em uma rede social mundana e tenta usar os mesmos mecanismos e modelos para, supostamente, promover o evangelho. Temos que ter cuidado para não nos misturar com o mundo, mas sim nos diferenciar dele.
Escrito por: Ana Louise
Revisão: Samuel Oliveira

Nenhum comentário: