domingo, 2 de agosto de 2015

Testemunho de Conrad Mbewe

Testemunho de Conrad Mbewe
O pastor africano Conrad Mbewe fará parte da 18ª Consciência Cristã, e no nosso portal você pode descobrir um pouco mais sobre seu trabalho esua opinião sobre a importância do evangelismo. Que tal conhecer um pouco mais sobre sua história de conversão e seu chamado ministerial?
Conversão
Fui criado por uma família religiosa; assim, sempre pensei que eu também fosse um cristão, já que fui à igreja a maior parte da minha vida. A primeira vez que uma pessoa me confrontou com o Evangelho foi quando eu estava na Escola Secundária Chiwala. Eu me recusei a acreditar que eu não era um cristão, especialmente porque o aluno que testemunhava a mim vivia a mesma vida mundana e pecaminosa que eu vivia. Logo depois que eu completei a escola, em dezembro de 1978, um amigo meu chamado Fred Simposya me escreveu uma carta na qual ele me contou sobre a necessidade de eu me virar para Deus em arrependimento e colocar minha fé em Jesus Cristo.
O conteúdo dessa carta me atingiu como um sopro entre os olhos. Eu lembro de que enquanto eu lia, eu me senti tão convicto que eu sabia que precisava fazer algo sobre minha vida. Em vez de fazer o que a carta me instruía, no entanto, eu convenci a mim mesmo que tudo que eu precisava fazer era mudar de amigos e me tornar mais presente na igreja.
Por três meses, de janeiro a março de 1979, eu tentei fazer isso e falhei lamentavelmente. Durante esse período, eu estava no Serviço Nacional de Zâmbia (ZNS), cumprindo meu treinamento militar obrigatório. Eu descobri que o pecado era uma parte tão grande de mim que eu não poderia acabar com ele por minha própria força de vontade. Enquanto eu estava no ZNS, eu estava no mesmo bloco de residência que meu amigo Fred, e vi como, enquanto eu estava tentando e falhando em viver uma vida cristã, a vida cristã dele fluía “naturalmente”!
O testemunho de Fred foi complementado pelo o da minha irmã mais velha. Ela se converteu por volta do fim de 1978, e eu fui capaz de ver a incrível mudança em sua vida. Isso aconteceu em um tempo em que estávamos com uma grande dificuldade em nosso lar. Minha irmã sempre foi muito alegre em meio aos nossos problemas, enquanto eu estava sempre chateado. Eu entendi que essa diferença era porque minha irmã havia recebido algo em sua experiência de conversão que eu não tinha. Então, esses testemunhos vivos me fizeram procurar pela salvação, apesar de eu ja ter recebido uma educação religiosa.
Foi somente no fim de março que minha procura chegou ao fim. No dia 29 de março, eu parti do ZNS e fui para casa, com o propósito expresso de resolver meu relacionamento com Deus de uma vez por todas. No caminho para casa, eu comprei uma Bíblia para mim. Na manhã seguinte, quando todos tinham indo para o trabalho e para a escola, eu peguei a carta de Fred e a reli. Eu percebi que ele havia me direcionado a orar para o Senhor Jesus Cristo para que Ele me perdoasse e me limpasse. Eu procurei por uma oração entre os papéis no quarto de minha irmã e encontrei uma que pareceu representar meu pedido. Eu me ajoelhei e orei aquela oração duas vezes seguidas. Não senti mudança nenhuma, então a joguei de lado e chorei para o Senhor com todo o meu coração.
Não demorou muito para que minha necessidade de ora desaparecesse. Eu me levantei e escrevi em minha nova Bíblia: “Hoje, dia 30 de março de 1979, eu, Conrad Mbewe, aceitei Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador”. Então abri o livro de Eclesiastes e o li do começo ao fim. Eu estava completamente impressionado com o fato de a Bíblia ser tão doce de ler. Eu voltei para o ZNS com a vontade de dizer a todos que Jesus salva. Eu percebi que meus antigos desejos pecaminosos haviam sumido, e agora eu tinha desejos divinos. Eu odiava o pecado com a mesma intensidade que antes eu o amava.
Exatamente um ano depois de minha conversão, no domingo, 30 de março de 1980, fui batizado na Igreja Batista de Lusaka pelo Pastor Joe Simfukwe. Quando saí da água, eu pensei ter ouvido anjos cantando e orei intensamente “Senhor Jesus, de agora em diante, eu vou agitar todas as minha bandeiras no alto!”.
Chamada e Ministério
E assim foi como eu me tornei um cristão. Mas como eu senti o chamado de Deus para o ministério da pregação? Logo depois do meu batismo, eu começou a ter uma experiência estranha. Frequentemente durante meus exercícios de devoção pessoal, especialmente durante a oração, eu sentia um forte necessidade de ir e pregar o evangelho a todos que precisavam ser salvos. No começo, eu tentei ignorar esse sentimento, mas com o tempo ele cresceu até que eu finalmente decidi buscar conselho. Nessa época, eu estava estudando para obter graduação em Engenharia de Minas, na Universidade da Zâmbia. Eu fui ao quarto de um cristão a quem eu admirava por sua vida devota e seu conhecimento sobre a Bíblia, e confidenciei a ele sobre essa minha experiência. Eu esperava que ele imediatamente me dissesse para largar os estudos e ir para a Faculdade de Teologia, mas não foi o que ele fez. Ele me disse que uma coisa era saber qual o chamado de Deus para minha vida e outra coisa era saber quando seria o tempo do Senhor para eu cumprir esse chamado. Então ele me aconselhou a me voltar para o Senhor e responder sobre esse crescente fardo dentro do meu coração, e orar pacientemente até que Ele abrisse a porta para o treinamento ou para o ministério. E isso foi exatamente o que eu fiz.
Não foi até 1987, 7 anos depois, que o Senhor finalmente abriu a porta para o ministério pastoral. Foi em julho desse ano que a Igreja Batista de Kabwata me chamou para que eu me tornasse um pastor da igreja, e então comecei o ministério no dia 1° de setembro daquele ano. Os 7 anos de espera não foram passados comigo olhando para o céu e pensando no que fazer. Eu estava envolvido em estudos teológicos privados e em um crescente ministério de pregação, e meus dons de liderança estavam sendo exercitados e desenvolvidos em várias formas.
Eu lembro de um dia em que um colega estudante veio até meu quarto durante meu último ano na universidade, olhou para a estante de livros, e disse “Conrad, me diga, o que você está estudando nessa universidade? Olhando para a sua estante, parece que você está tirando um diploma em Teologia e fazendo um curso menor de Engenharia de Minas”. Ele estava certo. Eu havia investido todo o dinheiro que podia no tipo de livro que eu sentia serem os recomendados para alunos de Teologia. Esses livros não eram só parte da decoração da minha estante; eu os estudava, especialmente durante minhas férias e depois de terminar a universidade e ir trabalhar nas minas.
Meu desenvolvimento em liderança aconteceu em grande parte na universidade. Durante meus 2 últimos anos de estudo, eu fui escolhido para liderar a Sociedade Cristã da Universidade (UCF), que no tempo tinha 400 membros estudantes em um campus de 3000 estudantes. Devido à diferentes denominações representadas no grupo, eu me esticava ao limite em termos de habilidade de liderança. Durante meu último ano na universidade, eu também fui escolhido para ser estudante nacional presidente da Sociedade de Estudantes Evangélicos da Zâmbia (ZAFES), o que juntou testemunhos de estudantes evangélicos de todas os campus de universidades e faculdades ao redor de Zâmbia.
Fora da universidade, eu também estava envolvido na vida da Igreja Batista de Lusaka, especialmente na liderança de um estudo em grupo da Bíblia para estudantes universitários (eu também estava secretamente estudando a vida pessoal e ministerial de meu pastor, Joe Simfukwe, procurando aprender sobre o modo que ele gerenciava sua vida pessoal e ministerial e como eu faria meu trabalho como pastor quando fosse minha vez). Eu também estava envolvido na consolidação da Igreja Batista de Kabwata. Nós costumávamos sair nos sábados para evangelizar de porta em porta, e então convidávamos as pessoas para ir à igreja no domingo. Quando me formei em 1984 e fui trabalhar na mina de cobre na cidade de Mufulira, a igreja a qual eu comecei a fazer parte imediatamente me tornou um líder do trabalho com a juventude. Ao fim do meu primeiro ano naquela igreja, os líderes decidiram que eu devia pregar todo domingo, contanto que eu não estivesse trabalhando! Outras igrejas começaram a me chamar para pregar, então ao fim de 1987 (o ano em que eu me tornei um ministro em tempo integral), quase nunca havia um domingo em que eu não estava pregando em algum lugar. Então, quando a convocação para ser pastor da Igreja Batista de Kabwata veio, eu estava mais que preparado para deixar de lado meu capacete de proteção e segurar o arado com as duas mãos.
Por Conrad Mbewe
Publicado originalmente no site Heart Cry

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